quarta-feira, 29 de agosto de 2007

DESABAFO

Está “entalada” na minha garganta, desde 25/08/2006, a história do rebaixamento de Plutão. Na época escrevi uma crônica, mas sem ter onde publicá-la, acabou ficando guardada, mas não esquecida. Pois bem, agora eu tenho o meu espaço e nele escrevo o que quero, não é assim que funciona?
Então, compartilhem do meu desabafo:

PLUTÃO NÃO É MAIS UM PLANETA

Acordo e esta é a primeira notícia que realmente importa. As outras, embora lastimáveis, são corriqueiras: carros-bomba, homens-bomba, seqüestros, políticos corruptos, atentados... mas tudo fica pequeno diante da enormidade do fato que me atinge: Cientistas decidiram que Plutão não é mais planeta.

Como um punhado de homens mudam verdades que consideramos absolutas desde a infância?

Como recitar: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e... e... e mais nada? Acaba aí?

Nesta altura do campeonato terei que rever muitas das minhas verdades, principalmente as que me acompanham desde o primário (sim, sou do tempo em que a gente fazia primário!), já que acabaram com Plutão. Para mim, e a professora que me iniciou nas coisas do espaço, o sistema solar era algo imutável, como 2+2= 4, ou e=mc², e, no entanto, mudaram.
Mas o pior ainda está por vir.

No meu mapa astral, Plutão entra em quadratura com Júpiter em janeiro de 2007 e assim permanece até 2008, fazendo com que aumente o meu desejo por aventuras e prazeres, com enorme (atentem bem: enorme) repercussão na minha vida sexual.

Nisto apostei todas as minhas fichas.

Depositei minhas expectativas nesse tempo maravilhoso que viria. E agora?

Se Plutão não é mais planeta, como fica minha quadratura? E o pior, como fica minha vida amorosa e aquela enorme repercussão?

Estou revoltada com esse punhado de cientistas.

Exijo Plutão de volta.

P.S. Passados oito meses do início do que seria a quadratura e como vão as coisas, tudo leva a crer que Plutão, revoltado com a atitude dos terráqueos, está boicotando todas as previsões dos mapas astrais.

domingo, 26 de agosto de 2007

MÚLTIPLAS FACES

A todos que aqui chegarem: Sejam Benvindos!

Sim, com um empurrãozinho da Jussara Soares que me convenceu de que seria capaz de criar um blog sozinha, aqui estou (claro que com uma mãozinha do meu anjo Gabi)... e não poderia deixar de estrear com o poema título deste blog.

Um grande beijo a todos



MÚLTIPLAS FACES

São tantas as pessoas
Que habitam dentro de mim
Que quem olha, mas não me vê
Não tem idéia do que guardo aqui.
Tem uma que é filha, mulher, amante,
Meio insegura, meio estabanada,
Que não sabe demonstrar todo o carinho
E a maior parte acaba ficando guardada.
Tem a mãe que é irmã
Que se confunde com a esposa,
Que nunca sabe onde se colocar
Se ao lado, se dentro, se atrás,
Mas que no fundo, só sabe amar.
Tem a amiga, a companheira sincera,
Aquela com quem se pode contar,
Que leva consigo um pouco do anjo
Que dentro de mim cismou morar.
Tem a fada, a bruxa, o gnomo,
O duende brincalhão
Que volta e meia me mete em apuros
Escondendo alguma recordação.
Tem a criança marota
Que gargalha na hora errada
Mas que é a mais querida,
De todas, a mais amada.
Através dela posso fazer
As coisas que normalmente
As pessoas grandes não fariam:
Brincar, construir castelos de areia,
Andar descalça, os pés tocando o chão,
Fingir que não entendeu alguma coisa,
Voar, sonhar, soltar as rédeas da imaginação.
São tantas as nuanças
Daquelas que em mim resolveram habitar
Que de vez em quando não sei
Qual delas está por mim a falar.
Talvez todas ao mesmo tempo,
Pois sou meio mulher, meio bicho,
Meio coisa do outro mundo.
Guardo em mim todas as pessoas
Que não tiveram lugar
Nas almas dos que cresceram
E que pena! Só passaram pela vida,
Não viveram.