sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O ALBERGUE DAS MULHERES TRISTES

Acho que já nasci triste.

Como sou muito expansiva e falante, as pessoas acham que sou uma pessoa alegre e vêem em mim uma pessoa sempre de alto astral. Desconhecem o fardo da tristeza que carrego n'alma. Só aqueles que ousam olhar bem dentro dos meus olhos e enxergar "através" conseguem perceber essa tristeza.
A ironia é que só vim descobrir que sou triste há pouco tempo.
Eu achava que todos eram iguais a mim.
Achava que o fato de me comover com pequenas coisas do cotidiano era porque eu era um pouco mais sensível, ou talvez por ser poeta... mas nada... Depois que li "O ALBERGUE DAS MULHERES TRISTES" da autora chilena Marcela Serrano, descobri que algumas mulheres já nascem tristes. Independe de situação financeira, de ter ou ter tido um amor, de sucesso, a tristeza é algo que vem inscrito no DNA, como a cor dos olhos, as doenças hereditárias e todas as nossas características intrínsecas.
Eu, você, a amiga distante, qualquer uma de nós poderia ser a Floreana do livro.
Ela e suas amigas poderiam ser eu e amigas que são como eu... elas, Floreana, Constanza, ao se desnudarem e exporem suas dores, sentimentos, medos, anseios e amores, desnudam-nos também...
A trama acompanha a trajetória de Floreana, uma historiadora jovem - e mais bonita do que crê - que chega a um albergue na ilha de Chiloé, na costa do Chile, para se recuperar da perda de uma irmã. Nesse lugar, um grupo de mulheres tenta, unido, curar suas feridas de amor, superar o desamor e a indiferença de seus homens. A solidão nascida de sua própria insatisfação.
Tive medo de encontrar um Albergue como o de Floreana e nunca mais sair de lá...

MARCELA SERRANO - As questões sobre o amor, o sexo, a amizade, a família e o trabalho são uma constante na literatura mundial e esta escritora chilena, quase desconhecida por nós, as reúne nesta história levantando muitos questionamentos sobre esses temas e nossas vidas.
Para onde vai o relacionamento amoroso com o deslocamento das mulheres rumo à independência financeira e emocional?
O que sentem as mulheres quando percebem que o preço a pagar pela independência e a liberdade de seus desejos e ações quase sempre é a solidão?
O que sentem os homens? Porque eles têm medo de amar essas novas mulheres?

Este livro eu recomendo.
Principalmente às mulheres tristes.
Mesmo àquelas que ainda não descobriram esta condição.

2 comentários:

Iara De Dupont disse...

Lindo blog! Se puder me visitar, http://sindromemm.blogspot.com
Valeu!

Rosália "Lalinha" disse...

nossa até parece que fui eu quem escreveu esse post acho ou seja nasci triste...bjsssss