terça-feira, 30 de setembro de 2008

A MENINA E SEU CÃO

RÉQUIEM PARA THUNDER


Desde pequena seu sonho era ter um cachorro.
A mãe dizia que não e elencava os motivos: cachorro não combina com apartamento, quem vai cuidar?, você ainda é muito pequena para tanta responsabilidade, e a minha alergia? etc... e prometia: quando mudarmos para a casa dos nossos sonhos você poderá ter seu cachorro!
Mas a casa e o sonho e o cachorro estavam tão longe!
O pai tentava aliviar a falta trazendo animaizinhos para “passear”. A menina teve pintinhos, periquitos, passarinho, peixe, patinho... até um porquinho da índia passou uns dias na casa da menina.
A casa passou do estágio do sonho e começou a transformar-se em realidade.
O cachorro também!
Era necessário escolher com todo cuidado.
Não poderia ser um cachorro qualquer. Tinha que ser especial. E especial não tinha nada a ver com raças e pedigree. Tinha a ver com empatia, alma, encanto.
Optou por um Husky Siberiano. Mas não poderia ser puro. Queria-o com os dois olhos azuis e descobriu que os puros não os tinham.
Um amigo do pai encontrou o cachorro, filhote de dois meses, em Belo Horizonte.
Despachou-o, depois de grande trabalho, de avião...
O pai no aeroporto a esperar o avião que nunca chegava!
Foram três longas horas... tudo esquecido ao ver o brilho do olhar da menina quando chegou em casa e encontrou seu cão pela primeira vez.
Já tinha nome: Thunder.
Mais desapropriado impossível. Pois nos primeiros meses acreditava-se que era mudo, ou surdo, ou as duas coisas, pois não emitia sons. Tinha medo de tudo e todos que não fossem aqueles restritos ao ambiente da casa.
A menina estava no céu.
Que importava se o cachorro não latia?
Que fosse medroso?
Era lindo, era dela e os dois se entendiam às mil maravilhas.
Com certeza foi ele quem ouviu seus segredos mais secretos. Foi com ele que chorou suas lágrimas mais sofridas. Foi ele quem a consolou, quem a acalentou, quem mais a amou.
Amor incondicional.
Sabia quando estava alegre e correspondia com seus pulos desajeitados.
Percebia sua tristeza e encostava de mansinho nas suas pernas...
Poderia dizer que era quase um ser humano, se ser humano fosse elogio!
Era, para a menina, seu companheiro, seu amigo.
A menina era para ele sua fonte de afeto, alegria, certeza de segurança.
Os anos passaram... quatorze ao todo.
O cão envelheceu e adoeceu.
A menina, agora mulher, entristeceu de dar dó.
Tudo fez. Na última semana, tendo viagem inadiável já agendada, pediu ao amigo:
- Não parta na minha ausência. Espera-me voltar...
Ele, num esforço sobrenatural superou duas convulsões na sua ausência.
Estava em pé quando ela chegou.
E brincou, e bateu com as patas no chão, e lambeu-lhe as mãos e beijou-lhe o rosto...
Depois partiu...


12 comentários:

Vanuza Pantaleão disse...

Sabe, amiga!
Hoje, até a medicina já provou que os animais têm um enorme poder de cura sobre determinadas doenças. Os cavalos e golfinhos para os autistas e o cão para o Câncer de pele, principalmente e como guia de cegos.
Afetivamente, eles são muito mais importantes em nossas vidas. Tive um cão muito bravo, mas com uns olhos doces, quase humanos...Ainda sofro ao recordá-lo...Parei, me emocionei...Tchau!!!

Anônimo disse...

...

:,[

Nadezhda disse...

Vivi 12 anos com a minah cadelinha. Ela fez parte do minha infância e cresceu comigo. Mas chegou a hora, e agradeci por não ter sofrido e ido em paz ;)

Ilaine disse...

Kátia!

Minha irmã tem dois cachorros pequenos. Eu acho impressionante, pois quando chego de viagem - geralmente depois de um ano inteiro - eles me recebem com a maior festa. Ficam doidos de felizes. E eu me emociono, pois vejo que não me esqueceram e me reconhecem prontamente.

Uma linda história, amiga. O final é comovente.

Beijo

O Profeta disse...

Há coisas que estão muito para além da nossa compreenção...


Doce beijo

layla lauar disse...

muito emocioanada com este seu post..eu amo os cães ..eu amo meu cachorrinho e avalio o sofrimento seu e de sua filha...

meu carinho, minha solidariedade e mil beijos.

que Deus lhes cuide!

Anônimo disse...

Querida..está ai seu novo template..espero que goste..mandei email sobre como configurar o seu eprfil..não tenho acesso a ele e vc precisa revogar a permissão que me deu para que ele apareça na capa do blog..leia lá

beijosssssssss

Anônimo disse...

Katia, estou aos prantos após ler este seu post sobre o Thunder e a Gabi... me emociono demais com os animais! E fico imaginando qdo eu perder um dos meus (tenho 1 cachorro e 2 gatos)...
Sabe aquela história: qto mais conheço os homens mais amo os animais?
Um beijo! Fica com Deus!
Dany Sanchez

Anônimo disse...

Sempre tive animais cá por casa... Os meus preferidos os Cães... este relato me trouxe o "Mel" à memória e me deixou triste. Eu conto a história de uma penada.

"Mel" o nome de um cão Pastor Australiano... lindo mesmo lindo.
Foi oferecido à Mãe pela minha filha João... Eu fui com a Rosa passear e namorar para o Brasil... na volta encontramos o mais brincalhão dos cachorros que por cá passaram o "MEL"... (pode ver a foto no meu Orkut)... era o nosso companheiro de caminhadas... Passados poucos anos a João teve de eutanásia-lo... sofria de uma doença no sistema nervoso periférico... Já existia a "Bekas" da mesma raça... mas o "Mel" ainda é tema das nossas conversas.

Lamento a perda do vosso amigo... sei que não é um ser humano... mas com certeza era um amigo de grande estimação.

Carlos

Anônimo disse...

..Como gosto muito de cachorros não podia deixar de parar aqui...lindo o Thunder..e triste pela partida...De qualquer maneira uma lição...amigos verdadeiros, por amor, esperam.

Anônimo disse...

Não tive cachorro qdo fui criança. Hj tenho 29 anos e dois huskies lindos. O Shadow de 1 ano e 8 meses e o Aslan com 60 dias.
São a alegria lá de casa. Amigos, cúmplices, companheiros...
Essa história que prova que amizade não diferencia raça, idade, sexo, religião... simplesmente acontece.

Anônimo disse...

Não tive cachorro qdo fui criança. Hj tenho 29 anos e dois huskies lindos. O Shadow de 1 ano e 8 meses e o Aslan com 60 dias.
São a alegria lá de casa. Amigos, cúmplices, companheiros...
Essa história que prova que amizade não diferencia raça, idade, sexo, religião... simplesmente acontece.