sábado, 9 de maio de 2009

ÀS MÃES



Foi há muitos anos.
Eu me recordo como se tivesse acontecido ontem.
Meu filho, apenas uma cabecinha loura aparecendo por entre as crianças maiores, num palco, a cantar uma música dedicada a mim, sua mãe.
Ao término da canção, a corrida em minha direção, a rosa linda, vermelha, não importava se estava murcha ou se a haste estava quebrada, era a minha rosa e era maravilhosa, justamente pela peculiaridade de ter sido ofertada pelo meu filho, a primeira. As lágrimas teimavam em rolar nas minhas faces, e ele, a sorrir, não compreendia o significado daquelas lágrimas.
E este foi um dos momentos mais lindos de toda a minha vida.
E é por recordar com tanto carinho dessas lembranças que hoje dedico estas palavras a você, que é mãe.
Vários poetas tentaram descrever o que é ser Mãe, mas nenhum deles, jamais conseguiu, com exatidão, descrever o que sente uma mulher ao ser Mãe, porque não existem palavras, em idioma algum, que consigam expressar essa emoção.
Não importa o seu credo ou a sua raça, se você é pobre ou rica, casada ou solteira. Não importa em que condições seu filho veio ao mundo. O que importa é que ele existe, e é seu. E você o ama tanto que seria capaz de dar a sua própria vida em favor do filho amado.
Mas o que é realmente ser Mãe?
Não é, como já disse um poeta, “padecer no paraíso”. Ser mãe é padecer sempre.
São as intermináveis noites passadas em claro a lhe controlar a temperatura, quando doente.
É ver o dia clarear velando-lhe o sono e ter que trabalhar, com as olheiras a denunciar o cansaço, a preocupação estampada no rosto, impotente, trabalhar com o pensamento voltado para o filho que ficou, mas você tem que produzir, a vida não pode parar e você segue adiante.
É acordar a cada tossida, a cada espirro, a cada choro (mesmo sem um motivo aparente).
São lágrimas a se confundir com as lágrimas do filho toda vez que você tem que repreendê-lo ou patilhar da sua dor.
É sentar no chão para brincar, ou para ensinar-lhe o dever, depois de um dia cansativo de serviço.
É sentir como se lhe cortassem, mais uma vez, o cordão umbilical quando você o deixa pela primeira vez na porta do colégio.
É viver de renúncias.
Mas tem também o outro lado, o paraíso.
Quando ele dá o primeiro passo, quando fala pela primeira vez “mamãe”, quando escreve a primeira palavra, quando procura o seu colo depois de uma queda.
As coisas mais simples que ele faz são como uma compensação pelo seu sacrifício.
Sacrifício sublime, o de ser “Mãe”.
Gostaria de ter o dom de escrever coisas bonitas para homenagear você, minha amiga, Mãe, neste dia que lhe é dedicado, mas ando meio sem inspiração.
Gostaria de abraçar cada uma de vocês e compartilhar da emoção comum a todas as mães, mas, não sendo possível, considerem as minhas palavras como a mais sincera homenagem a você, que sofre, chora, ama e que é responsável pela mais bela missão destinada por Deus, que é a de ser Mãe.
Parabéns!

12 comentários:

Kátia A. C. disse...

Sempre choro quando leio suas emoções...

Saudades de você, querida amiga-irmã.

Bj

Anônimo disse...

lindo post..

sabia que minha mae iria se emocionar!


bjos.

Fernanda Magalhães disse...

Feliz dia para você, para minha, para todas!!

Bjos de luz e um lindo domingo junto com a sua familia.

Paula Barros disse...

Oi, Kátia

Emocionante, emocionante.
Um grande abraço para você também, pela mãe, pela mulher forte.

Estás melhor? Desejo que sim.

beijos e abraços

Nadezhda disse...

Parabéns a todas as mães!

;)

Lu BArcelos disse...

Que texto mais lindo!!!!

Katita, parabéns pelo texto e pelo dia das mães!


bjobjo

Vanuza Pantaleão disse...

É isso, Kátia: não há Poeta, por mais brilhante que seja que possa dizer da emoção, do estado de "ser mãe".

Saúde, minha amiga!!!
Beijos de mãe para mãe!

Jânio Dias disse...

Muito bonito!

Um beijo.

Crys disse...

Belíssima homenagem!

Bjos!

Pelos caminhos da vida. disse...

Querida Kátia.

Meu blog esta comemorando um ano, tem presente la pra vc.

beijooo.

Paulo Vilmar disse...

Kátia!
Dizes que gostaria de escrever bonito! Mais lindo do que isso? Escrever emoção e transmitir amor é o que fizestes...
Beijos

Anderson Meireles disse...

Que bom que apareceu. Estava sentindo sua falta!
É muito bom tê-la de volta,
abraço!