quarta-feira, 18 de novembro de 2009

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE MIM



Cobram-me notícias.
Sei que são amigos queridos, muito bem intencionados. Mas confesso, chega um momento em que a gente cansa de falar das próprias agruras (tá bom, essa palavra é do tempo da minha vó! rs mas eu gosto) da própria vida e os amigos, por maior que seja o carinho que devotam a essa aprendiz de escritora, também ficam cheios de ouvir lamúrias.
Mas, conforme disse minha querida Vanuza: “Precisamos de notícias suas, Kátia. Você está hospitalizada? Espero que não. Alguém aí pode responder???” aqui estou para acalmar os corações amigos.
O mais importante: ESTOU VIVA!!!!! VIVA!!!!!
Mas estive hospitalizada sim, outra vez. E mais uma vez saí, o que é melhor!
Agora estou praticando um novo esporte: andar de cadeira de rodas em aeroporto! Gente é um barato! No começo quando a moça da Gol me via chegando, capengando, perguntava se eu necessitava de cadeiras de rodas, daí eu ficava envergonhada (não sei por que) e dizia: - Não, precisa não, eu dou um jeito.
Aí um dia eu cheguei para embarcar (ah! Esqueci de dizer que estou fazendo um tratamento no Rio de Janeiro...). Quer dizer, eu acho que já falei, não lembro. Uma das coisas que está acontecendo é um danado dum esquecimento, eu falo as coisas e os meninos começam a rir, agora já virou piada e dizem: Mãe, você já falou isso umas três vezes. Acho que é por conta do punhado de remédios que tomo todos os dias.
Mas voltando ao assunto, cheguei ao balcão e a moça da Gol (será que ganho um cachezinho pelo merchandising?) perguntou se eu necessitava da tal cadeira. A dor era tanta que dar um passo era quase colocar as tripas para fora. Daí disse que aceitava.
Gente, vocês não imaginam o barato! Vem-me um rapaz bem bonitinho, coloca a cadeira ao meu lado prontinha para eu sentar e quando eu penso que ele vai embora e que meu acompanhante é quem vai conduzir a cadeira, me vejo desfilando pelo saguão empurrada pelo dito cujo. As pessoas reagem das mais diversas formas: uns olham com piedade, outros com curiosidade, outros olham pro rapaz, alguns para as minhas pernas... e lá vou eu aeroporto afora. Ah! Todo mundo sai da frente, não sei se por cortesia ou por medo de atropelamento.
Cada vez é um rapaz diferente, já estou ficando até amiga dos meus condutores. Eles nem correm como os do hospital. Parece que estão conduzindo uma princesa, tamanha a dedicação e atenção.
Então é isso, ainda tentando descobrir o monstrinho que me ataca (ai dele quando o pegar de jeito!) e enquanto isso voando daqui prá lá e vice-versa.
Quem sabe um dia ainda fazem um filme “Conduzindo Miss Kátia”?

8 comentários:

Unknown disse...

Coragem, minha amiga, eu sei que não lhe falta.
Legal vc encarara essas passagens como bom humor. As dores, acredito, ficam bem mais amenas.
Pra acompanhar vc nas palavras antuigas vou terminar dizendo que teu texto ficou prá lá de "supimpa".

Anônimo disse...

Daria um belo filme...com vc de atriz principal..assim linda..querida...
SUCESSO total..srrs
Melhoras linda...

Cigana Violeta

Jacinta Dantas disse...

Que legal saber de vc por aqui. É como você diz "estou viva...viva" e ao pronunciar essas palavras - estou viva - energias muito boas te cercam e te proporcionam o enfrentamento. E viu que tem lá também suas vantagens: um condutor, que ainda por cima é simpático e gentil... caramba, é tudo de bom!
Beijos

Cecília disse...

Muito bom receber notícias suas!!!
Gosto muito de te ler, mesmo passando por adversidades você não perde o bom humor, a energia, o amor pela vida e é maravilhoso perceber isso!
Forças! Paz e Bênção Sempre!!!!

Beijão

Ilaine disse...

Que bom ter notícias de você, Kátia!
Adorei o seu texto, cheinho de coragem e de bom humor. Pois, veja a que vale andar de cadeira de rodas: ser conduzida como uma princesa pelas mãos de meninos charmosos. Sim, daria um filme e o título por você sugerido já é muito bom.

Boas melhoras,amiga!
Beijo

Ana Lúcia. disse...

Katinha,
essa sua veia cômica
não merece nenhum medicamento.
Que dopem suas pernas,
mas jamais a alegria de esperança que veste nossas palavras
com a VIDA
e com a SAÚDE.
Coragem e esperança
carregue com você
e deixe para nós
seus leitores
seus amigos
a certeza da sua vitória
a certeza da sua volta rápida
da sua independência no teclado
para continuar recebendo
nossos aplausos.
Conduzindo Miss Kátia
é o que queremos aqui
vamos revesando
vamos confiando
vamos te esperando
todos os dias.
Deixo aqui um beijãozinho com carinho,
orações
e a alegria VIVA, com você, sempre.

Vanuza Pantaleão disse...

O "querida Vanuza" ficou legal, mas eu merecia mesmo "a chata da Vanuza". Sim, porque sou uma xereta, uma carrapata quando gosto de uma pessoa e gostar de você, Kátia, não é nenhum favor, falo sériooooo...
Tá viva? Tá bom demais! Tem gente que anda, fala, come e nunca descobriu isso! A questão da cadeira de rodas é um detalhe, um conforto que você merece.
Agora, se esquecida você escreve cada vez melhor, imagina quando estiver zerinho de novo???
Obrigada pela satisfação e desculpe-me sempre pela chateação.
Te adoro, menina!!!Bjssss

Luzia disse...

Olá amiga querida,
Guerreira não se deixa abater.
E é muito bom ver você enfrentando com FÉ, ALTO ASTRAL, e sobretudo escrevendo cada dia melhor.
Esta fase vai passar e você com certeza vai tirar muita experiência dela.
Estou na torcida fazendo o que posso : Orando e enviando pensamentos positivos, me lembrando dos bons momentos que juntas tivemos.
Adorei você ter dado notícias.
Ficamos sempre na dúvida : Se perturbamos ou se aguardamos que você dê notícias. Optei pela segunda.
E ontem a noite recebi seu recado.
Fazia dias estava sem notícias, mas sabia que elas viriam quando você assim o desejasse.
Um grande beijo...
Uma boa viagem...
Muita sorte nesse exame e
volte logo com um bom resultado.
Aguardarei na torcida por você.