sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

DESPEDIDA

VOO
(Kátia Corrêa De Carli)

Ao meu filho Roberto

"Deixe em paz meu coração,
Que ele é um pote até aqui de mágoa”

Busco em dores já cantadas
Para ver se encontro como definir
Essa coisa nova que estou a sentir.
É orgulho misturado com tristeza
Satisfação bem batida com angústia
Certeza de dever cumprido costurado numa dor sem explicação,
É muito difícil descrever o que passa no meu coração.
 Chegou o momento da despedida

"Nada será como antes, amanhã..."

Nunca mais à distância de um chamado
Nunca mais ao alcance diário da minha mão.
Então, vocês que não conhecem essa dor,
Não tentem me consolar com definições
Ou fazendo comparações, dizendo que há dores maiores e irreversíveis.
Nestas horas de separação, só quero ocupar-me de mim mesma
Por isso me perdoem o egoísmo,
Só eu conheço o rombo da minha própria solidão
Que arde qual álcool em ferida aberta,
Que tira a paz do meu coração.

"A dor é minha, a dor é de quem tem"

Sei que é hora de se lançar,
Quanto a isso não me preocupo,
Há tempos te ensinei a voar.
Mas esqueci de me preparar para esse voo solo
Onde não há mais espaço para mim.
Como pude cometer tal desatino?
Esqueci que cada qual tem seu destino...
Vai menino querido, voa alto, voa grande,
Vá certo da vitória merecida
E deixe em cada coração que posou
Um pouco de amor espalhado,
Saudade só salpicada,
Certeza do espaço especial que ocupou.
Voa meu menino passarinho
É hora de deixar o ninho.

1 comentários:

Vanuza Pantaleão disse...

A difícil hora de deixar o ninho, mas há que se aprender a voar, não é mesmo?