quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MAIS UM ANO OU MENOS UM ANO?

Presépio de 3cm de altura, esculpido em alabastro, artesanato Peruano - Cuzco

Pois é, chegamos novamente ao Natal! Parece que foi ontem que uma turma de blogueiros malucos ( Eu, Loba, Jacinta, Ana Lúcia, Miguel, Shumy, Zeca, BetiTim, Sergio, e mais um monte de gente que meus neurônios insistem em ocultar) estávamos que nem crianças brincando de Amigo Oculto. Teve presente em forma de vídeo, poema, pintura... toda forma de arte "blogável" (acabei de inventar, nem adianta procurar!). Agora estou aqui. Parece que perdi um tantão da minha alegria, a criança que mora dentro de mim resolveu se esconder. É Natal. E os sorrisos são meio forçados, o ânimo me falta, nem tenho nada programado...
Mas é Natal! Aniversário de Jesus!
Então, como também não consigo escrever belas mensagens, fiquemos apenas com um ensinamento que Ele nos deixou: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Se eu amo o meu próximo como a mim, só lhe desejarei o mesmo que desejarei a mim.
Então, a todos, Feliz Natal!
E para 2009: SAÚDE, SAÚDE e mais SAÚDE!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

DE AMORES


Porque estava conversando com uma amiga sobre tudo e sobre nada e falávamos sobre um grupo que iria montar uma peça “De Amores” porque ela havia apresentado-lhes a música-texto Vênus, do Paulinho Moska e então eu lembrei do primeiro verso que diz “A religião que nós dois inventamos/Merece um definitivo talvez... pelo menos” e lembrei de um amor perdido, que não teve sequer um talvez, lembrei de todos amores jurados para sempre que descobriram que pra sempre é um lugar que não existe, lembrei de um amor que um dia foi todo meu e, depois de outros amores, diz para outra pessoa "Because I love you... plain and simple as that!", porque eu lembrei que ouço, choro, torno a ouvir, chorar...
Mas é lindo!
Compartilho com vocês o texto:

Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor nos domine?
Minha resposta?
O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,o amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor, não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.





terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ILUMINE SEU NATAL!

Não custa a gente trazer para os dias de hoje um pouquinho da ilusão dos pedidos infantis de outrora!
Pode parecer bobagem, mas eu já fiz meu pedido! Com toda crença de que alguém lá em cima me atenderá!
Faça também o seu!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

CONTO DE FADAS ÀS AVESSAS


Não se pode dizer que Márcia era uma menina como todas as outras meninas que conviviam com ela, ela escondia segredos, muitos segredos, inconfessáveis segredos. Ninguém percebia, desde cedo ela aprendeu a arte da ocultação (o que muito lhe valeria vida afora).
Que era bonita ninguém podia negar...
Os anos foram passando e vieram os primeiros namorados.
Até que um dia ela conheceu Eduardo. Foi amor mesmo. Daqueles de cinema. A família dele aprovava a moça bonita, bem educada.
A dela não confessava, mas via naquele namoro a galinha dos ovos de ouro. Eduardo era tudo: alto, bonito, educado, rico... entenderam? Rico!!!
O namoro evoluiu para o noivado. Naquela época ainda se noivava. E tudo corria às mil maravilhas.
Mas quis o destino, em uma de suas voltas, que tudo acabasse: namoro, noivado, sonhos.
Márcia chorou por muito tempo. O namoro desfeito, o amor perdido, a cobrança familiar.
Pouco soube do Eduardo nos anos que vieram.
O tempo passou, ela conheceu Lucas, amou novamente (é claro que não foi o mesmo amor, mas era amor), casaram-se, tiveram filhos e seguiram adiante.
Juntos construíram uma família, um patrimônio material e imaterial. Porém Márcia agora também carregava dentro dela uma tristeza, junto com os segredos, mas ninguém enxergava. O casamento, com o tempo, foi ficando ruim. Não que ela não tentasse salvá-lo. Bem que tentou. Fez-se surda, muda, cega, variando a cada situação. Mas eram gritos demais, desamor demais, infidelidade demais e tudo que é demais um dia transborda. O casamento de Márcia transbordou.
Sobraram mais cobranças, mais responsabilidades, mais tristeza.
Até que Eduardo apareceu novamente. Na forma de uma possibilidade, na forma de um amor que poderia voltar a ser.
A princípio o medo, o frio na barriga, as horas ao telefone tentando colocar décadas de separação em dia. Márcia ficou sabendo dos casamentos dele (acho que sempre na tentativa de buscar uma Márcia que tinha ficado no passado). Eduardo ficou sabendo das tristezas dela.
Nenhum dos dois contou tudo... Ainda sobraram segredos como fantasmas a separá-los.
Depois de um tempo, muito tempo, voltaram a se encontrar pessoalmente... ainda era o mesmo amor!
Márcia guardou para si as coisas ruins: os gritos do ex, as armações da atual do ex, os problemas financeiros por causa do ex, os desencontros com os filhos. Deu-se na sua melhor parte.
Eduardo levou junto com ele as frustrações dos seus casamentos, os problemas empresariais, o whisky... Talvez por medo, não tenha levado o melhor de si.
Viveram um idílio... até que Eduardo, sem mais adeus, sumiu.
Fosse a primeira vez, ela até se desesperaria. Mas os dias viraram semanas, as semanas meses...
Márcia ficou péssima, tivesse dinheiro, disposição e menos problemas, faria um ano sabático na Índia ou no Tibete, mas como não tinha, fez uma semana sabática em seu quarto mesmo.
Mas como mulher de fibra como ela está para nascer outra, um belo dia acordou, tomou um demorado banho, se arrumou toda, colocou uma pedra de granito sobre o passado (porque era mulher fina!) e partiu para viver mais uma vida.
Fechada para o Eduardo, o Lucas, sua família sanguessuga, a atual do ex e suas armações, sem se importar demais com os problemas dos filhos.
Aberta só para a arte e para a vida.
(Mas por via das dúvidas guardou gravado no celular, dois ou três torpedos enviados por Eduardo para quando a saudade fosse um fardo difícil demais de carregar!)

(Imagem: medicinaintensiva.com.br)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ENCHENTE EM AFONSO CLÁUDIO - PARTE III


Segundo dados oficiais da Prefeitura Municipal de Afonso Cláudio, até a presente data, a situação do município é a abaixo relacionada, podendo vir a ser alterada, pois ainda estão chegando informações de localidades do interior que se encontram isoladas.

Números de afetados - 23.297 pessoas
Números de desabrigados - 144 pessoas
Números de desalojados - 192 pessoas
Casas danificadas - 31
Casas destruidas - 14
Casas comprometidas - 22
Casas alagadas - 79
Perda de móveis - 68 famílias
Comércio afetados - 50 estabelecimentos
Comércio destruído - 01 estabelecimento

domingo, 6 de dezembro de 2009

ENCHENTE EM AFONSO CLÁUDIO - ES (PARTE II)















As fotos eu "tomei" emprestado (sem falar, pois não a conheço, mas desde já agradeço por nos mostrar a extensão da tragédia) da Franciele Galvani, através do orkut da amiga Lúcia Helena Deorce.
Pelo que eu pude saber, através de informações de amigos daqui de Vitória e de lá é que os Bairros Boa Fé e Bela vista foram os mais afetados. As águas inundaram toda a parte baixa da cidade, as Avenidas Presidente Vargas e Marechal Deodoro, chegando até às calçadas da Igreja Católica. Muitas casas estão condenadas. Houve o desabamento de um restaurante que ficava na rua "do outro lado do rio", na rua da Escola de Contabilidade.
Há notícia de que carros foram arrastados.
Graças a Deus até o momento não se sabe de mortes em decorrência da tromba d'água.
Essa foi uma forma que encontrei para deixar outros afonsoclaudenses cientes do ocorrido.
Coloco esse meu espaço à disposição de qualquer iniciativa que venha minimizar o sofrimento de todos.

ENCHENTE EM AFONSO CLÁUDIO - ES

Ponte do Ginásio

Prefeitura Municipal

Praça Aderbal Galvvão

Ontem à noite chegou-me a notícia que havia acontecido uma grande enchente na minha cidade natal.
Meu coração se apertou de tal forma que até a respiração ficou difícil.
Já me acostumei, nos últimos tempos, a ver enchentes, tornados, destruição, pessoas que perdem tudo, literalmente, mas isso confortavelmente sentada no sofá da minha casa, olhando estranhos. É claro que o sentimento de pesar me acompanhava naqueles momentos, mas eu pensava: Que pena! Coitados! Infelizmente não posso fazer nada.
Agora não!
Os coitados são amigos. São pessoas importantes na minha vida.
Dizem que a água chegou sem aviso... foi tomando tudo, destruindo tudo. Fosse noite, muitos teriam morrido.
Tudo isso me faz lembrar quando criança, pequena demais para guardar essas lembranças, morando numa casinha à beira do rio e chegava a época das enchentes. A água ia subindo... meus pais, padrinhos, amigos revezavam na vigília, a pressa em tirar o pouco que tínhamos, panelas, pratos, etc. e levar para cima, onde ficavam o quarto e sala (não me lembro da casa ter banheiro) e a água invadia aos poucos e subia, subia e com ela vinham as cobras e o medo.
Esse mesmo Rio Guandu da minha infância, agora leva com ele os pertences de amigos e desconhecidos, mas ligados a mim pelo fato de sermos da mesma cidade.
Custa-me ver a praça da minha adolescência, recém reinaugurada, debaixo d’água.
Dói-me ver a ponte por onde passava todos os dias para ir à escola condenada pela ação da força da água.
Dói-me... mas agora eu posso fazer diferença!

(fotos: FRANCIELE GALVANI)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PALMEIRAS & SABIÁS



Minha terra não tem palmeiras... mas tem sabiás!
Eles me acordam pela manhã, num relógio que só eles entendem. Uns dias é às 6, outros às 8, mas como não temos nada melhor para fazer - eles cantarem e eu ouvir - a hora é o que menos importa.
Minha terra tem também duas borboletas: uma branca e uma amarela. A branca aparece junto com os sabiás, mas a amarela, acho que é meio preguiçosa, como eu, só aparece no final da tarde.
Ah! Tem também bem-te-vi e outros pássaros que não distingo o canto.
Tem uma parte onde o sol brilha que chega doer os olhos. Parece que o mundo inteiro está iluminado.
Minha terra tem árvores de vários verdes que dançam um balé magnífico, ao por-do-sol, regidas pela brisa da tarde.
Tem uma pedra e um lagarto (ou seriam vários largatos, não sei!) que todas as manhãs vem para tomar sol.
De vez em quando aparecem uns micos (de verdade!) que fazem a maior arruaça e seguem faceiros enquanto os cães ladram!
Tudo isso tem na minha terra... vista da janela do meu quarto!