(mas poderia se chamar RESPOSTA À VANUZA)
Estava por conta do nada - como diria minha mãe - e fui parar no blog da minha querida amiga Vanuza Pantaleão.
Vanuza é uma excelente crítica da "Sétima Arte".
Como eu não consigo falar de uma só coisa, vale um adendo sobre "AS ARTES":
No ano de 1911, Ricciotto Canudo, intelectual italiano, propôs que o cinema fosse considerado a sétima arte, aumentando, assim, a lista anterior de Hegel (só a história dele e sua relação com a arte daria uns oito capítulos, quem tiver interesse poderá encontrar no link indexado) que relacionava as Seis Artes:
- Arquitetura
- Escultura
- Pintura
- Música
- Dança
- Poesia
Voltando - no post atual ela, Vanuza, tece comentários sobre "Stalker - O Caminhante de Tarcovsky"; como não tenho a competência da minha amiga para me aventurar por aquelas bandas, prefiro falar sobre a questão que ela levanta ao nos indagar: - Ithamara Koorax, quem se lembra? Voz possante, afinada e presença de palco avassaladoramente bela ao interpretar Se eu Quiser Falar com Deus.
Respondendo: Sim, eu me lembro. Mas a música que me marcou é outra.
O ano era 1993. A novela, Fera Ferida. A música, Corpo e Luz, na voz de Ithamara.
Eu nunca tinha ouvido falar dela e, passado tantos anos, ainda continua desconhecida por grande parte da população, o que é uma pena.
Naquele tempo a internet ainda dava os primeiros passos no Brasil, interligava Brasília e capitais de dez estados: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, ou seja, os mais novos sequer poderão imaginar o que era viver assim, sem internet!
Não tinha serviço de busca, nem download, nem cd, nem nada.
Quem quisesse ouvir uma música tinha que comprar um LP! A Wikipédia diz que Long Play (LP), conhecido como disco de vinil, "é uma mídia desenvolvida no início da década de 1950 para a reprodução musical, que usa um material plástico chamado vinil." Então, quem queria ouvir música tinha que comprar um disco e ouvir através de um toca-discos (recuso-me a discorrer sobre mais antiguidades!).
Por esse motivo passei muito, muito tempo ouvindo apenas a música Corpo e Luz na voz da Ithamara Koorax. Aqui (Vitória-ES), cidade considerada fora dos grandes eixos, era impossível encontrar um disco só dela... Só consegui muito tempo depois, já na era das compras virtuais.
Assim, através de livros e revistas foi que consegui saber que tratava-se de uma música da ópera Tristão e Isolda, de Richard Wagner, numa adaptação de André Sperling e Paulo César Pinheiro.
Tomei emprestada a canção e fiz dela "a minha canção".
Quem não conhece vale a pena procurar conhecer esse universo composto por Wagner, Tristão e Isolda, Ithamara Koorax!
Deixo-os com os versos da adaptação:
Mulher que tem vida sofrida
Desfaz qualquer trama da vida
Quem sabe ser só
Depende de ninguém
E vive pras coisas que tem
Mulher que tem a alma forte
É flor de luz
Não há quem porte
Mas seu coração anseia por prazer
Quem vai nesse fogo se arder
Mulher que tem os pés na terra
Não vive em paz
E a vida é guerra
Mas sua paixão precisa saciar
Quem vai nesse corpo deitar