Tudo começou porque eu comecei a pensar em como somos impotentes diante de uma enfermidade que pode nos levar a óbito (chique né?). Daí lembrei-me da história de uma madrinha. O que levou a lembrar que ela não era minha madrinha. Que desencadeou na história das “tias”, voltou à questão da morte e fechou com minha promessa de visitá-los.
Acharam complicado?
Vou tentar destrinchar...
Estava eu aqui no meu canto, ainda recuperando da enfermidade, pensando sobre a alegria de não ter morrido, pois pude ir à festa que teve na minha cidade natal e que reúne os “ausentes” e reencontrei amigos de longa data e que não via há décadas. Daí pensei, se eu tivesse morrido só ia encontrar alguns deles no meu velório, mas não ia ser a mesma coisa!
Foi então que eu lembrei da Madrinha Tereza e suas inúmeras teorias. Ela é uma octogenária com ambas as pernas amputadas, mas com um senso de humor melhor que a maioria das pessoas que conheço. Só quem foi criado em cidade do interior vai entender, mas é assim, a pessoa batiza um filho da família, a partir daí todo mundo chama de madrinha, a ponto de, nas grandes famílias, ser difícil saber quem batizou quem. Pois é, ela não é minha madrinha, mas é a Madrinha Tereza. Bem, a teoria dela para a morte é que a dita cuja deveria ser em forma de gancho, daí quando estivesse se aproximando a gente teria tempo de correr e se esconder num lugar onde o gancho não alcançasse...
Enquanto eu pensava nessa história de madrinha, lembrei que pela manhã fui estacionar o carro (viva!!!! Já estou dirigindo pequenas distâncias, pelo menos até a fisioterapeuta) e vem um tremendo galalau (Aurélio explica: um baita homem com hábitos adolescentes) e diz:
- Pode vigiar tia?
Tive vontade de voar no pescoço dele, mas controlei a raiva, olhei-o bem e devolvi:
- Por acaso sou irmã da sua mãe?
- Não senhora.
- Sou irmã do seu pai?
- Não senhora.
- Então, tia é o raio que o parta!
Essa geração tia é uma m... juro que prefiro que me chamem de Dona (apesar de não ser nada bonito).
Mas voltando à questão da morte... apesar de todas as minhas crenças: reencarnação, que estamos aqui de passagem, que nossa verdadeira morada não é aqui, etc. na hora H o medo aparece de verdade. E nem adianta aquele discurso bonito que sei fazer de cor. E se tudo que aprontei pesa muito mais do que fiz de bom? Ai Meu São Francisco! Vou arder no umbral! Isso porque ainda tenho certeza que não vou partir antes de 2017, e não perguntem como sei, é minha parte bruxa que sopra umas coisas no meu ouvido de vez em quando...
Cada pancada que a vida me dá eu me proponho a melhorar, a me empenhar mais em ser uma pessoa mais caridosa, mais amorosa, mais paciente, etc. mas tão logo o pior passa, passam também os bons propósitos. Espero que agora eu tome jeito!
Seguindo o rumo do pensamento eu pensei na quantidade de pessoas que convivo aqui e que não sabem o quanto as amo, o quanto suas palavras e visitas são importantes para mim e que não sabem nada disso. Daí lembrei de uma historinha, porque perco a vida, mas não o bom humor:
Um homem devia a todos na cidade. A cada dia acumulava mais dívidas. Chegou a um ponto que ninguém mais lhe emprestava nada. Todo final de mês ele escrevia em pequenos papéis os nomes de todos os seus credores e colocava dentro do chapéu. Daí ele sorteava aqueles que iriam receber alguma grana naquele mês. Um dia um credor insatisfeito foi procurá-lo para reclamar. O homem não pensou duas vezes e foi logo dizendo:
- Se continuar reclamando eu tiro o nome do chapéu!
Pois é, eu não vou colocar os nomes de vocês em papeizinhos, mas prometo começar a visitá-los semana que vem (chagará um novo computador!).
Até lá um beijo no coração e muita luz!
11 comentários:
É...apesar de saber que a morte é parte da vida, assim como o crespúsculo é parte do dia, não quero que ela venha tão cedo.
É muito bom tê-la de volta...com essas histórias de ganchos e sustos...me lembrei daquela tua história de quando você assustou alguem que passava perto da sua casa...
PS: Se mudar de ideia e resolver escrever os nomes em papeizinhos, não esquece do meu,
Abraço!
Kátia, adoro ler o que vc escreve.
Até nisso vc e a Mami são parecidas..
Te desejo melhoras e mais melhoras..
Bjos
Sinto sua falta, passo sempre vejo que quase não está por aqui!!! entendo esta situação momentãnea e ainda assim não consigo só passar o tempo todo e não falr nada hoje não me contive e deixo meu abraço de qualquer forma e o desejo de recuperação ràpida.
Que bom que vc esta aqui com nós,e estarmos lendo seus textos que sempre achei muito bom.
Fico feliz por vc Kátia.
Um gde abraço amiga.
beijooo.
Katinhaaaaaaaa!
Que saudade!
Vou te contar que você é verdadeiramente "ímpar"!!
Só você pra falar da "tal da morte" e ainda assim arrancar naturais e também ousadas gargalhadas nossas!
É o computador!
É o Gancho!
É a tia ou a página da madrinha...
Vamos combinar e RENASCER!!
Tenho arrepios com esse tema, o "antigo", aquele lá....
Então, lá vem uma sonora gargalhada e o novo tema será o som das teclas do novo teclado... ou o colorido exagerado e exuberante do novo monitor...
AH!
Quer saber?
Já não sei mais nada!
Só estou feliz por você estar aqui, em pleno sucesso e MAIS CÔMICA DO QUE NUNCA!!
Deixo aquele beijãozinho e um abração apertadinho, de leve, pra não tumultuar a fisioterapia!!!
Inté, menina!!!
Olá Kátia!
Eu estava meio ausente, sem visitar os amigos, não encontrava bons lugares para navegar, parece que os jogos são a prioridade nessas casas especializadas, só LAN.
Bem, eu estava viajando, mas já estou em casa e de volta aos bons textos.
Por falar nisso, já ri muito com os seus, para variar, né.
Que sua saúde se restabeleça na medida de sua fé na vida, que é grande, vê-se pelo que relata.
Li todos dessa fase e gostei muito de sua homenagem às mães.
Abençoados são e sejam todos vocês.
Um beijo com carinho!!!
Katia!
só o fato de passar aqui e ter texto novo já nos alegra...
Beijos!
Com que então, meu nominho tava no seu lindo chapeuzinho, daqueles com direito à flor cor-de-rosa e véu de filó, né?
Katinha, à medida que eu lia, as lembranças iam escorregando nos neurônios e eu me dizia: vou usar "esse gancho" (olha ele aí)pra responder, depois, mudava e queria usar outro, como o da Madrinha, tempo bom demais, o das madrinhas, varandas e cadeiras na calçada...
Você, querida amiga, é a exceção à regra de que não se faz amigos no mundo virtual...não tema a morte porque você viverá sempre nos nossos corações, mesmo parecendo frase batida, essa é a Verdade: NÓS TE AMAMOS!
Dores, quem não as tem? Piores, posso lhe garantir, são as tais dores morais, a dor de ser caluniado e estar tolhido em sua defesa, não há coisa pior e mais humilhante, creia...
Enfim, estou "estupidamente" (quis ser enfática, rsss)Feliz por você SER ASSIM TÃO KÁTIA DE CARLI E AMIGA...e já está dirigindo, que chic!!!
Beijos, beijos, beijos de muitaaaa Felicidade!
Deus não te abandonará, sua bobinha, igual em "pegadas na areia", quando olhavas para trás e vias duas pegadas, era ELE QUEM TE CARREGAVA AMOROSAMENTE NOS BRAÇOS...vou chorar...paro por aqui.
(legal "Conversando com Deus", né?)
Eu voltei a visitar osblogs agora. Mas evitei prometer alguma coisa!
;)
Olá, Querida Kátia!
Que bom, que bom, que você está voltando!
E fiquei muito feliz com a sua visita, aguardava-a há tanto tempo... Obrigadão pelo carinho!
Força Sempre.
Beijos!
Fiquei feliz ao constatar que estava mesmo de volta, escrevendo, filosofando e cheia de vida com uma dozinha de sarcasmo!!! necessário também quando se passa por certas situações, enfim fico feliz por nos permitir aqui novamente papeando sobre algo, sobre nada e tudo ao mesmo tempo, vida!!! vamos lá beijos e um abraço grande.
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