segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MIGUEL MARVILLA - OS MORTOS SAÍRAM DO LIVING PARA RECEBÊ-LO

Conhecemo-nos há muitos, muitos anos. Na verdade, décadas.
Não éramos muito próximos, mas trabalhávamos na mesma Gerência de Recursos Humanos da Caixa Econômica Federal. Todos os dias a gente se via pelos corredores, se falava, mas nunca dizíamos de nossas vidas e sonhos.
Até que um dia, lembro-me como se fosse hoje, ele colocou a cabeça pela fresta da porta e me disse que queria “ressuscitar” o antigo jornal patronal “O ELO”. Resolvi embarcar no seu sonho. Conversei com o gerente, já que era sua secretária, e o convenci a não só embarcar naquela história, como também patrociná-la.
Daí em diante nos aproximamos mais.
Não sei de onde ele tirou a ideia de que eu escrevia, mas já no segundo número estava eu a escrever crônicas para o jornal... e assim foi até a morte d’O ELO, anos depois.
Foi por essa época que ele conseguiu, a muito custo, lançar seu primeiro livro: “Os Mortos estão no Living”, esta primeira edição, que guardo com o maior carinho, não tinha muita elaboração gráfica, era vendida porta a porta pelo escritor, com a ajuda de familiares e amigos
Falo de Miguel Marvilla, economiário aposentado (como eu), mas que a grande maioria conhecia pelo seu talento como escritor, poeta, mestre em História Antiga, editor e mais uma porção de coisas ligadas às letras, ao prazer de escrever, de ajudar novos escritores.
Talvez se Miguel não tivesse me dado o primeiro empurrão eu não teria me tornado poeta, nem escritora. Talvez esse blog nem existisse.
Na última vez que nos vimos, no lançamento do livro “Todo Sentimento”, da Ana Laura Nahas, perguntei-lhe sobre seus planos e eram tantos...
Mas o Grande Arquiteto do Universo não quis que ele os realizasse aqui...
E Miguel, na madrugada do dia 10, partiu para escrever em outra dimensão.
Com certeza vai se juntar ao Miguel Deps Tallon, Carlinhos de Oliveira, Carmélia, Fernando Tatagiba e tantos outros capixabas amantes da boa escrita em verso e prosa.
Miguel agora é História e saudade

7 comentários:

Vanuza Pantaleão disse...

Você o trouxe de volta, Kátia...
Recordar é viver!
Fraternalmente!!!

Miguel S. G. Chammas disse...

eus respeiros ao xará que não tive o prazer e honra de conhecer.
Que lá do 2o. andar ele possa nos mandar suas inspirações.

Pelos caminhos da vida. disse...

Recordar é viver.

Saudades de vc amiga.

Tudo bem contigo? Espero que sim.

beijooo.

Anônimo disse...

Ganymedes José tem um verso que eu gosto muito (mais ou menos assim):

"jamais irei embora de você, porque quando se gosta de verdade, o amigo permanece para sempre vivendo no coração de quem nos ama."

Preciso dizer mais?

Pois é, tô de "casa nova". Abri meu blog pra velhos amigos que ainda não o conheciam. Como o outro não estava muito a minha cara...

Entendeu?

Beijos mis.

Te amo!

Paulo Vilmar disse...

Kátia!
Uma pessoa que fez o que amava, segue em paz seu caminho!
Beijos!

Ana Lúcia. disse...

Katinha!
Saudade de você!
Essa troca de "andares" é sempre uma surpresa para a qual nunca estamos prontos.
E pensar
que de verdade
nem é surpresa
é a única certeza...

Beijãozinho, carinho, abração apertadinho!

Jacinta Dantas disse...

Oi Kátia,
que bom ver você escrevendo, falando do amigo que se foi mas que deixa um pouquinho dele em você.
Grande abraço