Eu (ainda magra) e minha mãe (quando aqui habitava)
Foi há muitos anos.
Eu me recordo como se tivesse acontecido ontem.
Meu filho, apenas uma cabecinha loura aparecendo por entre as crianças maiores, num palco, a cantar uma música dedicada a mim, sua mãe.
Ao término da canção, a corrida em minha direção, a rosa linda, vermelha, não importava se estava murcha ou se a haste estava quebrada, era a minha rosa e era maravilhosa, justamente pela peculiaridade de ter sido ofertada pelo meu filho, a primeira. As lágrimas teimavam em rolar nas minhas faces, e ele, a sorrir, não compreendia o significado daquelas lágrimas.
E este foi um dos momentos mais lindos de toda a minha vida.
E é por recordar com tanto carinho dessas lembranças que hoje dedico estas palavras a você que, como eu, é mãe.
Vários poetas tentaram descrever o que é ser Mãe, mas nenhum deles, jamais conseguiu, com exatidão, descrever o que sente uma mulher ao ser Mãe, porque não existem palavras, em idioma algum, que consigam expressar essa emoção.
Não importa o seu credo ou a sua raça, se você é pobre ou rica, casada ou solteira, mãe de barriga ou de coração. Não importa em que condições seu filho veio ao mundo. O que importa é que ele existe, e é seu. E você o ama tanto que seria capaz de dar a sua própria vida em favor do filho amado.
Mas o que é realmente ser Mãe?
Não é, como já disse um poeta, “padecer no paraíso”. Ser mãe é padecer sempre.
São as intermináveis noites passadas em claro a lhe controlar a temperatura, quando doente.
É ver o dia clarear velando-lhe o sono e ter que trabalhar, com as olheiras a denunciar o cansaço, a preocupação estampada no rosto, impotente, trabalhar com o pensamento voltado para o filho que ficou, mas você tem que produzir, a vida não pode parar e você segue adiante.
É acordar a cada tossida, a cada espirro, a cada choro (mesmo sem um motivo aparente).
São lágrimas a se confundir com as lágrimas do filho toda vez que você tem que repreendê-lo ou mesmo dar-lhe umas palmadas (sim, sou da época que umas palmadas não criavam traumas).
É sentar no chão para brincar, ou para ensinar-lhe o dever, depois de um dia cansativo de serviço.
É sentir como se lhe cortassem, mais uma vez, o cordão umbilical quando você o deixa pela primeira vez na porta do colégio.
É viver de renúncias.
Mas tem também o outro lado, o paraíso.
Quando ele dá o primeiro passo, quando fala pela primeira vez “mamãe”, quando escreve a primeira palavra, quando procura o seu colo depois de uma queda.
As coisas mais simples que ele faz são como uma compensação pelo seu sacrifício.
Sacrifício sublime, o de ser “Mãe”.
Gostaria de ter o dom de escrever coisas mais bonitas para homenagear você, minha amiga, Mãe, neste mês que lhe é dedicado.
Gostaria de abraçar cada uma de vocês e compartilhar da emoção comum a todas as mães, mas, não sendo possível, considerem as minhas palavras como a mais sincera homenagem a você, que sofre, chora, ama e que é responsável pela mais bela missão destinada por Deus, que é a de ser Mãe.
Parabéns!
(reedição)
4 comentários:
Muito obrigada por me receber como filha! Acho que se eu tivesse chance de escolher, viria de novo pra te perturbar! Te amo! =*
Kátia, suas palavras foram as mais lindas e sinceras q li sobre as mães, me imaginei em cada uma!!
abço e luz sempre!!sua mãe era linda!!Deus abençoe ela onde estiver!!!bjooo
Katinha, amada!
Voltei a tempo de desejar-te muita, muita saúde e alegrias junto aos teus.
Tô aqui cheia de coisinhas pra fazer depois da viagem. Nossa, mais de 200 fotos para selecionar algumas para o novo post. UFA!
Amiga, muito gostoso te reencontrar...
Ainda volto!
Te adorooooooooo
Amiga, hoje é o dia do aniversário do meu único e querido filho, Guilherme. Só agora, puder ler, na íntegra seu texto...uma peça rara e linda. Nada a acrescentar. Desnecessário dizer que estou emocionada. A foto com sua mãezinha está uma perfeição absoluta.
Ai, ai, ai, aguenta coração!!!
Lembrei-me de duas coisinhas que ando querendo te dizer:
1- Meu blog principal ficou desconfigurado e foi sumindo coisa pra dedéu, entre elas, aquela beleza de foto dos Chorões de Giverny que, felizmente, tenho no arquivo e levei-o para o meu Matagal que ficou chiquérrimo com ele [risos]. Imagina, matagal com os chorões do Monet? Tá lá! Quando quiser, é só dar uma olhadinha.
Esse blogspot apronta cada coisa comigo do arco da velha, tem hora que digo aqui em casa: vou largar aquela m..., mas me lembro das pessoas legais como você que não consigo mais viver sem elas. Aí, volto atrás e prossigo, vou prosseguir, vamos prosseguir, não é mesmo, amiga?
2- Estou vendo aquele filme das "cerejeiras" que, um dia, você me recomendou. Beleza, emoção pura...my God!
Kátia,
Te
Adoro!!!
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