Estação de trem, metrô, etc em Berlim
OU PODERIA SER MAIS UM DA SÉRIE “COISAS QUE SÓ ACONTECEM COMIGO”
Estávamos nós em plena Europa, eu, meu marido e nossos vizinhos.
Cabe um parêntesis para que vocês compreendam as reações que virão, eu e eles somos amigos desde que nascemos, freqüentamos as mesmas escolas, moramos na mesma rua (é certo que na nossa cidade só existiam três principais, rs), seguimos nossas vidas juntos e eu os considero como irmãos, daí termos a intimidade que muitos irmãos consangüíneos não têm.
Já havíamos viajado por quase um mês, passeado bastante, rido bastante (dos outros e de nós mesmos) e, principalmente, comprado um monte de tranqueira. Para vocês terem idéia eu tive coragem de comprar uma chaleira e um escorredor de macarrão, logo no início da viagem, na Alemanha, e carregá-los pela Itália e França afora, sem contar a volta pela Alemanha... só coisa de brasileiro doido, ou seja, euzinha! Mas enquanto ele me zoava por causa da chaleira, eu o lembrava que no fundo de sua mala tinha dois serrotes!
Ainda no Brasil nós havíamos conseguido comprar passagens aéreas Milão-Berlim a preço de banana. Como fizemos todo o percurso em terras estrangeiras de trem, este foi o único trecho que necessitamos de avião para cumprirmos o roteiro que nos propusemos.
Tudo uma maravilha. Até que chegamos ao aeroporto de Milão. Embora tenhamos usado de todos os artifícios (bolsas de mão enormes, homens com mochilas, etc.), o peso de nossa bagagem excedeu um absurdo e lá fomos nós, depois de muita negociação, pagar o excesso: saiu mais caro que as passagens! Levamos na esportiva e seguimos em frente.
Ficamos uns dias em Berlim e depois seguimos para Frankfurt, de trem. Eu e o Roberto tínhamos duas malas (pesadíssimas), duas mochilas, uma bolsa de mão e mais minha bolsa pessoal, tudo isso para colocar dentro do trem – uma peripécia e tirar depois – outra maior ainda! Resultado, quando, enfim, chegamos ao aeroporto, despachamos as bagagens, etc. e tal, o Roberto estava tão suado que era impossível viajar quase doze horas naquela situação. Bem à nossa frente tinha uma lojinha da Nike, então eu disse: - Vocês me esperam aqui, eu vou à loja, compro a camisa mais barata que encontrar, volto, o Roberto vai ao banheiro, se lava e troca de camisa. Lembrei de um desodorante que eu havia esquecido na bagagem de mão e daí ele aproveitava para usar e jogar fora, porque eles não estavam aliviando quanto ao embarque de líquidos.
Estava eu no interior da loja quando, ao virar-me, um homem alto, afro-descendente, esbarra em mim e, educadamente, diz: - Sorry!
Ao mesmo tempo meus dois neurônios se ligaram e mandaram a mensagem de que eu conhecia aquela pessoa. Então respondi: - Não foi nada, pode falar em português mesmo!
Nós então, entabulamos uma conversa:
- Brasileira! Que alegria! Está chegando ou partindo?
- Estou indo para o Brasil e você?
Ele olha para mim com aquele olhar de “conheço você de algum lugar, mas de onde?” e eu, que perco tudo, mas não perco a pose, também fingi lembrar-me de onde o conhecia. Então continuamos conversando como velhos amigos que se encontram.
- Estou indo para Milão, disse ele.
- Acabo de chegar de lá, disse eu.
- Está muito frio?
- Não, está agradável. Quando você vai ao Brasil?
- Assim que tiver uma folga...
Nesta altura já estávamos na fila do caixa e a moça se desdobrando em amabilidades para atender-nos.
- Sinto muita saudade do Brasil,
- É assim mesmo, quando estamos fora do nosso país. Mas a gente acaba se acostumando, digo eu.
Pagamos e ele resolve olhar uns bonés, então nos despedimos:
- Tchau, foi um prazer te ver – disse ele.
- Tchau, também adorei te reencontrar, a gente se vê por aí – respondo eu.
Estávamos nós em plena Europa, eu, meu marido e nossos vizinhos.
Cabe um parêntesis para que vocês compreendam as reações que virão, eu e eles somos amigos desde que nascemos, freqüentamos as mesmas escolas, moramos na mesma rua (é certo que na nossa cidade só existiam três principais, rs), seguimos nossas vidas juntos e eu os considero como irmãos, daí termos a intimidade que muitos irmãos consangüíneos não têm.
Já havíamos viajado por quase um mês, passeado bastante, rido bastante (dos outros e de nós mesmos) e, principalmente, comprado um monte de tranqueira. Para vocês terem idéia eu tive coragem de comprar uma chaleira e um escorredor de macarrão, logo no início da viagem, na Alemanha, e carregá-los pela Itália e França afora, sem contar a volta pela Alemanha... só coisa de brasileiro doido, ou seja, euzinha! Mas enquanto ele me zoava por causa da chaleira, eu o lembrava que no fundo de sua mala tinha dois serrotes!
Ainda no Brasil nós havíamos conseguido comprar passagens aéreas Milão-Berlim a preço de banana. Como fizemos todo o percurso em terras estrangeiras de trem, este foi o único trecho que necessitamos de avião para cumprirmos o roteiro que nos propusemos.
Tudo uma maravilha. Até que chegamos ao aeroporto de Milão. Embora tenhamos usado de todos os artifícios (bolsas de mão enormes, homens com mochilas, etc.), o peso de nossa bagagem excedeu um absurdo e lá fomos nós, depois de muita negociação, pagar o excesso: saiu mais caro que as passagens! Levamos na esportiva e seguimos em frente.
Ficamos uns dias em Berlim e depois seguimos para Frankfurt, de trem. Eu e o Roberto tínhamos duas malas (pesadíssimas), duas mochilas, uma bolsa de mão e mais minha bolsa pessoal, tudo isso para colocar dentro do trem – uma peripécia e tirar depois – outra maior ainda! Resultado, quando, enfim, chegamos ao aeroporto, despachamos as bagagens, etc. e tal, o Roberto estava tão suado que era impossível viajar quase doze horas naquela situação. Bem à nossa frente tinha uma lojinha da Nike, então eu disse: - Vocês me esperam aqui, eu vou à loja, compro a camisa mais barata que encontrar, volto, o Roberto vai ao banheiro, se lava e troca de camisa. Lembrei de um desodorante que eu havia esquecido na bagagem de mão e daí ele aproveitava para usar e jogar fora, porque eles não estavam aliviando quanto ao embarque de líquidos.
Estava eu no interior da loja quando, ao virar-me, um homem alto, afro-descendente, esbarra em mim e, educadamente, diz: - Sorry!
Ao mesmo tempo meus dois neurônios se ligaram e mandaram a mensagem de que eu conhecia aquela pessoa. Então respondi: - Não foi nada, pode falar em português mesmo!
Nós então, entabulamos uma conversa:
- Brasileira! Que alegria! Está chegando ou partindo?
- Estou indo para o Brasil e você?
Ele olha para mim com aquele olhar de “conheço você de algum lugar, mas de onde?” e eu, que perco tudo, mas não perco a pose, também fingi lembrar-me de onde o conhecia. Então continuamos conversando como velhos amigos que se encontram.
- Estou indo para Milão, disse ele.
- Acabo de chegar de lá, disse eu.
- Está muito frio?
- Não, está agradável. Quando você vai ao Brasil?
- Assim que tiver uma folga...
Nesta altura já estávamos na fila do caixa e a moça se desdobrando em amabilidades para atender-nos.
- Sinto muita saudade do Brasil,
- É assim mesmo, quando estamos fora do nosso país. Mas a gente acaba se acostumando, digo eu.
Pagamos e ele resolve olhar uns bonés, então nos despedimos:
- Tchau, foi um prazer te ver – disse ele.
- Tchau, também adorei te reencontrar, a gente se vê por aí – respondo eu.
Beijinhos para cá, beijinhos para lá, e eu saio da loja.
Encontro meu grupo e digo para eles, vamos ficar aqui, na moita, escondidos atrás desta pilastra porque vai sair um moreno alto da loja, que eu fiquei conversando um tempão, mas não consigo lembrar de onde eu conheço.
Assim fizemos. Estava meio dispersa quando, de repente, meu amigo me dá um safanão e pergunta:
Encontro meu grupo e digo para eles, vamos ficar aqui, na moita, escondidos atrás desta pilastra porque vai sair um moreno alto da loja, que eu fiquei conversando um tempão, mas não consigo lembrar de onde eu conheço.
Assim fizemos. Estava meio dispersa quando, de repente, meu amigo me dá um safanão e pergunta:
- É aquele?
– Sim, sim, é... respondo.
E o meu amigo:
- É claro que você conhece, sua demente! Sabe de onde? Da televisão! É o Gilberto Silva, da Seleção!
E o meu amigo:
- É claro que você conhece, sua demente! Sabe de onde? Da televisão! É o Gilberto Silva, da Seleção!
12 comentários:
ADOOOOOOOOORO!!!!
hehehehehe
bjobjo
Bom humor é mesmo um remédio e tanto! Como escreveu Robert Heinlein, os humanos são os únicos animais que riem, e rimos, basicamente, para amenizar os nossos sofrimentos (rimos das "desgraças" alheias, e tb das nossas próprias, é claro!)
Aproveitando, eu queria convidar vc para dar uma "espiadinha" no blog que eu inaugurei há pouco...
a URL é: http://baumel.wordpress.com/
Bjs,
Sérgio
oi, kátia...
hilários momentos são os que fazem com que tenhamos boas recordações...
que venham aos montes... rsrsrs...
beijos em seu coração...
Viajei nessa viagem, Katinha!
A saúde vai indo bem, com certeza! Assim espero, com muita Fé em Deus!!
Beijos da amiga que sempre torceu e torcerá por sua total recuperação!!!
Sintonias da alma! É verdade, amiga!
Eu já estava fechando o blog, mas quis mudar uma imagem no layout e lá estava um comentário...o seu.
Kátia, quisera poder te levar um alívio que fosse às suas dores, mas, por vezes, não suporto nem as minhas.E de todos os tipos, pode crer.
Amiguinha amada, eu percebi que querias "mudar o astral" dos teus posts e senti que, por alguma razão, estavas sendo "artificial", como o disseste, para não encher o saco dos leitores, etc. Ora, o espaço é seu (e do Google, rs), fale do que quiser, não se prenda às opiniões alheias. Ah, o que vão pensar de mim? Veja, saí um pouco da linha, falei de um antigo poema que fiz para um homem morto, meu primeiro marido, mas quem o leu talvez me chame de tarada, rsrs, tô nem aí, Katinha. Nossos atos e pensamentos só serão julgados por uma Inteligência Superior e mais ninguém. Não estou querendo dizer com isso que devamos ignorar a opinião de certas pessoas. Mas que diabos! Somos adultos e vacinados. Lembra do velho e Bom Poeta Drummond? Claro que você se lembra. Ele diz em um dos seus poemas: "Ah, sejamos pornográficos/ O senhor aí de terno/ A senhora...etc. e tal." Estaria Drummond nos convocando a sermos libertinos, safados? Claro que não. Ele nos convocou e convoca à LIBERDADE DE EXPRESSÃO, á AUTENTICIDADE.
Quem nunca sofreu? Quem nunca chorou por suas dores físicas ou morais? Quem veio nesse mundo a passeio? Querem nos fazer de "madalenas" e nos atirar a primeira pedra? Que atirem! Só que, no meu caso, infelizmente, ou não, vou revidar, atiro a segunda, a terceira, até acertar. Teria que dar a outra face? Teria. Mas sei que, um dia, Jesus vai me perdoar se não soube ser mais tolerante com meus irmãozinhos equivocados e chatos.
Amiga, apenas para finalizar:
CONTE COMIGO, SEMPRE!!!
Se puder, me envie um e-mail para que possamos nos alongar em detalhes. Se não puder, saiba que agradacerei a Deus por tê-la conhecido até o fim desses dias meus e já não sou nenhuma menina (minha cabeça é, rs).
Um beijinho na madrugada!!!
(falo demais, cruzes!)
Erro de crase: "à", hahahahaha, só me faltava essa!
Tome os remedinhos, hein?
TE ADOROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Bom final de semana, Kátia!
Coragem e Esperança, amiga!!!
Receba a nossa ternura. Sim, porque "hay que endurecer, peró sin perder la ternura." Ai, esse meu portunhol, rsssss
A menina e o novo cão!
Sei que você não gosta, mas ele tá dormindo tão bonitinho aos meus pés... abre exceção pra ele vir me visitar aqui em cima mais vezes? rss
Beijão!!
Katinha amiga!
Passear aqui neste seu cantinho é "de fato viajar"!
Uma viagem longa e rápida, completa e perfeita...
Encontrei-me em quase todas as situações,
sou apaixonada por coisas de cozinha e
por esses mesmos lugares que você citou,
passei e comprei o que me encantou... panelas,
conchas,
chaleiras,
uma balança antiga que deve pesar uns dez quilos...
Quando fui para Suíça, dei uma sorte dupla:
no cassino em Mônaco ganhei $1000 e...
o excesso de bagagem no embarque de retorno ao Brasil... custou exatamente $1000...
Viajar é maravilhoso,
rir é o melhor remédio,
só faltou uma foto com esse jovem super especial: como ele chama mesmo???? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Super beijãozinho e aquele abração apertadinho by Sampa.
Kátia, adorei o seu texto.
Coisas do tipo SEMPRE acontecem comigo...
Depois aproveita para passar no "Memórias de Aquariana", voltei a escrever no blog.
Saudades,
Beijos!!!
Adoro tudo o que você escreve.
E quem já viajou sabe que coisas como essa que te aconteceu são muito mais frequentes do que maginamos.
KKKKKKKK, queria ter visto a sua carinha na hora que soube quem era o morenão.
Beijos no seu coração!
Luzia
Me enrolei e minha postagem saiu anônima.
Sou meio crua ainda nessas coisas.
Beijinhos
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