QUERIDO JOHN
Aos poucos vou retomando minha vida. A dor? Faz parte! Ela que canse de mim, pois minha Esperança só morre comigo e vou lutar muito até que a Dona Morte me vença.
Como o que me sobra é tempo, tenho lido bastante. Tudo bem que o ânimo para escrever só agora está voltando, junto com a presunção de crítica literária!
Li muita coisa boa (que ainda vou comentar) e também um monte de porcaria (que guardarei para mim). Justifico: Eu sei o trabalho, empenho, dedicação que dá escrever e publicar um livro, então em respeito ao autor, vocês nunca me verão dizer para não comprar tal livro porque é ruim...
Mas voltemos ao assunto eu e os livros.
Tenho várias manias a respeito de livros. As que não me denigrem posso listar:
- Como tive infância e adolescência um tanto restrita monetariamente, o dia que passei a ganhar um salário melhorzinho, jurei que não passaria um mês sem comprar um livro. Com isso e fora os que doei para iniciar uma biblioteca, tenho uma coleção razoável;
- Morro de ciúme dos meus livros, emprestar é uma possibilidade remotíssima;
- Não gosto de assistir filme adaptado sem antes ler o livro. Exceção para Amor Além da Vida e As Pontes de Madison... leio, assisto e choro (ainda e sempre);
- Não me venham com livros indicados por “lista de 10 mais”;
- Tampouco gosto de livros que trazem estampado: Mais de tantos milhões vendidos nos EUA – nem sempre o que é bom para uns o é para outros;
- Tenho antipatia pela tal chamada em letras garrafais: “Best Seller do New York Times”;
- Meu parque de diversão é um bom e velho sebo (daqueles com banquinho de madeira pra gente sentar entre as estantes) porque acredito que livro tem alma (rs) e por aí vai...
Entretanto sou uma romântica incorrigível. Falou em amor e eu me derreto toda. Sei que não estamos neste mundo de passagem, mas há tempo e hora para cada tipo de leitura. É claro que em cima de uma cama de hospital, morrendo de dor, não cabe ler Kafka nem Dostoievski...
Então, estava eu numa livraria e bati o olho num livro intitulado: Querido John, de Nicholas Sparks. Nunca havia ouvido (ou prestado atenção) o nome do autor, mas a capa trazia um casal jovem, num campo, transmitia paz. Pequei-o. Logo em cima tinha um selo: “5 milhões de livros vendidos nos EUA”, em dourado! Mais abaixo “Best-Seller do New York Times”. Na contracapa a ficha técnica do filme, ou seja, o bendito livro, recém-lançado, já era até filme.
Pensem comigo: considerando o acima listado o que eu tinha que fazer? Devolver o livro à prateleira... Devolvi. Mas minhas mãos ficaram vazias demais. Contrariando todas as minhas convicções, pequei-o novamente. Abri no prólogo e lá estava: “O que significa amar verdadeiramente uma pessoa? – Houve um tempo em que eu achava saber a resposta: significa que eu iria pensar em S. mais do que em mim mesmo, e passaríamos o resto de nossas vidas juntos”.
Comprei o livro! Era como se fosse escrito por mim. Como aquele cara pega minhas palavras e coloca-as no livro dele?
Leitura gostosa, sem pretensões filosóficas, ótima para uma tarde ociosa. Não vai te acrescentar grandes ensinamentos, vai falar de amor. Só isso.
Vai dizer: “Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais nos anos em que ficamos separados”.
Uma das coisas que me chamou atenção foi que o livro é escrito e narrado por homens. Até hoje só conheci um homem que (talvez) fosse capaz de tal proeza. O autor consegue penetrar no universo feminino – pelo menos no meu.
Então, se algum dia você estiver sem nada para fazer e vier bater em sua mão o livro “Querido John”, com a chamada “o que você faria se uma carta mudasse tudo?” Pode ler... vale o tempo!
4 comentários:
Kátia, seu romantismo é notório até para quem te le pela primeira vez.
Eu te conheço há muito tempo e te admirei todo esse tempo não só pelo lado romântico como, tambem, por suas combatividade e coragem.
O livro ainda não li, mas se tyiver oportunidade lerei, e os teus textos, esses sim, continuarei lendo e me deliciando.
Com certeza lerei! Confio na sua indicação!
ABraço!
Ei... me empresta o livro? =P
Quantos livros também mudaram a minha vida!
Vindo de você, a dica deve ser ótima!
Deus te abençoe, amiga!!!
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