Dedico este post à Kátia GV, ela sabe os motivos; ao Mauricio, por sabê-lo sempre presente mesmo distante e à Vanuza Pantaleão, por não desistir de mim.
Depois que postei a respeito dos buracos negros da minha alma, fiquei, por muito tempo, pensando qual seria o motivo escondido sob esse manto de esquecimento, qual lição deveria aprender.
Estava tão incomodada com a situação que só escrever não bastava. Precisava ir além. Precisava que alguém me ajudasse a entender. Por isso levei o assunto para o meu terapeuta (na verdade mais um anjo que Deus colocou na minha vida). Verbalizando tudo que me ia à alma ele me fez as perguntas perfeitas:
- O que você quer colocar nesses buracos?
- Com o que você vai preencher essas lacunas? A decisão é sua.
Pensei bastante e cheguei à conclusão que estava diante de uma verdadeira oportunidade de aproveitar para deixar fluir todo o meu lado espiritual, deixar aflorar meu sexto-sentido, minhas intuições. Deixar espaço para que meus Anjos falassem através de mim...
Logo depois, em conversa com a minha amiga querida Kátia, sobre assuntos que não vêm ao caso, eu falei a frase “Meu coração está dizendo que você vai ser muito feliz”, daí ela me respondeu que ficava “em suspenso” toda vez que eu começava uma frase com o tal “Meu coração está dizendo...” porque desde que me conhece, por tudo que passamos juntas, meu coração nunca tinha errado, nem nas coisas boas, nem nas más.
Talvez eu precisasse desses buracos para deixar meu coração falar.
E como uma coisa leva a outra, lembrei-me de uma história (ou lenda) que na oportunidade mandei para a Kátia e hoje compartilho com vocês. Essa história me acompanha a tanto tempo que não sei mais se li em algum lugar ou se fui eu mesma que inventei. Mas vamos lá:
Quando nascemos, Deus (ou a Força Superior, Alá, Jeová) nos dá três grandes presentes - a vida, uma estrada e uma carroça. Assim começamos nosso caminho percorrendo nossa estrada, que sempre será só nossa, embora em alguns momentos tenhamos outras estradas ao lado da nossa. E vamos em frente, colocando coisas, pessoas, sentimentos, recordações, alegrias, tristezas, mágoas, ressentimentos... e seguimos enchendo nossa carroça. Em alguns momentos da vida a estrada é reta e asfaltada, em outros há muita lama, buracos, em algumas épocas parece apenas uma trilha... A carroça, com o tempo, vai se enchendo e as rodas começam a ranger, fica pesado puxar, mas a gente não desiste e vamos em frente, até que um dia aparece uma grande pedra (seja uma doença, a perda de um ente querido, uma separação, uma mudança, uma decepção, etc.) e a roda da carroça se prende e ela vira. Tudo que carregamos cai! Sentamos desolados no meio do caminho... choramos, nos entristecemos, até nos desesperamos, mas a estrada é nossa responsabilidade e ela está à nossa espera, então, mais cedo ou mais tarde, temos que retomar o caminho e começamos a colocar nossas coisas na carroça. Mas, à medida que vamos pegando nossas coisas, pessoas, sentimentos, etc. descobrimos que estamos carregando muito peso inútil: são mágoas passadas, recordações tristes, energias negativas, dores desnecessárias... daí começamos a selecionar o que realmente merece ser carregado por nós. Recarregamos nossa carroça e descobrimos o quanto ela está mais leve, mais bonita, arrumada!!! e vamos em frente enquanto a vida existir, carregando nossa carroça, seguindo na nossa estrada... até a carroça começar a ranger novamente e aparecer outra pedra... e tudo começa outra vez. Essa dádiva, de escolher o que colocar na carroça, é o maior presente que Deus nos deu.
Minha carroça virou outra vez! Estou no processo de recolocar nela o que realmente vale à pena... deixar o que não me serve para trás. Deus está me dando uma grande oportunidade de arrumar novamente minha carroça!
Tenham certeza que deixarei para trás muitas culpas, ressentimentos, tristezas... mas as pessoas que carrego no coração, essas não, seguirão comigo eternidade afora.
Descobri que sou do tipo que não descarta gente! (ainda bem!)
3 comentários:
Meu querido Anjo, Kátia!
Não costumo muito abrir o blog ou orkut, enfim, não sento aqui no domingo, único dia que me dedico de corpo, alma e vassoura na mão (não, ainda não virei bruxa, rs) às coisas da família. Com essas Festas chegando, fico então muito neurótica - mais ainda - com qualquer sujeirinha, até nos vidros da janela, e haja detergente! Minhas mãos estão ressecadas e meu corpo moidinho. Tudo isso para dizer que sentei aqui, pela manhã, dois minutinhos e ao ver seu comentário fui logo dizendo a mim mesma:depois do almoço venho aqui para papear com essa minha amiguinha querida. Faço almoço, lavo louça, meu marido senta para ver o jogo (ai, ai, ai); o filho também não desgruda do outro PC.
- Genteeeee, preciso falar com a Kátia!
"Vanuza não desiste de mim..."
Por que será?
Com certeza, não tem tanto a ver com o seu estado de saúde. Explico, peraí. Tem sim, mas na medida em que me interesso pelo teu lado humano, físico mesmo, melhoras, coisa e tal. Mas há motivos de afinidades, sei lá, de sentir a tua maneira emocional e verdadeira de ser, enfim, sinto-a mesmo como a melhor amiga que já fiz por aqui. Sinto-a além do virtual. E amizade não tem adjetivos, muito menos definação, assim, exatamente assim, é o meu jeito de pensar, ponto.
Terapeutas, eis um tema muito importante. Também já encontrei um ANJO, na verdade, uma Anja que me tirou daquele abismo em que uma depressão ferrada queria me levar não sei pra onde, mas coisa boa não era. Muita coisa teria que dizer, não cabe agora fazê-lo. Mas imagine só uma mulher sair de casa para o supermercado e sentir vontade de chorar e ficar sentada numa calçada na rua...imaginou? Essa mulher fui eu, um dia. Faz um tempinho isso, mas a sorte virou e hoje sou feliz. Sim, posso garantir-lhe isso. Uma felicidade estranha, feita de altos e baixos, problemas do dia a dia, labirintite, dores na coluna, mas feliz!Muito, muito mesmo. Fórmula? Não existe mesmo e nunca a procurei. Mas meu sexto sentido andou me dizendo que sou corajosa, insamente corajosa e gosto de navegar contra as marés, sempre foi assim, sem buscar o caminho mais fácil, por aí.
Também não sou dada a carregar pesos excessivos na minha carrocinha, mas se for necessário, vamos lá! Carrego, me esborracho toda, dou uma gargalhada, me chamo de burra e vou puxando o velho carro de boi a ranger pela estrada. Herança nordestina? Ah, deve ser a genética dos meus pais, uma outra história.
Sobre a sua descoberta:
"...sou do tipo que não descarta gente! (ainda bem!)"
Ainda bem que você existe...ainda bem!
Vou dormir...boa noite, minha Anjinha!
Ainda volto por aqui...(obrigada por me citar, tão pequenina que sou)Beijinhossssss!!!!!
Essa foto do seu "cantinho enevoado" ao amanhecer, e como é lindo e saudável o amanhecer entre os verdes das matas. Pulmões cheios de oxigênio e os pássaros, cantadores, voadores a nos convidarem a também cantar e a voar na imaginação.
Releio sobre esses "buracos" por onde passam as mensagens do seu inconsciente, do seu mundo espiritual, enfim, só do seu mundo. Reli e confesso: esse é um dos mais sutis textos que já vivenciei em tantas leituras que já passaram por minhas retinas.
Daí, amiga, não tem mais jeito! Tenho que insistir em você.
Tua amiga, Katia GV, que felizarda, hein? Partilhando momentos de reflexões contigo. Beleza, que maravilha essa feliz amizade!
Um delicioso final de semana para ambas!Mil beijinhos...
Kátia querida, q bom voltar aqui e ver q vc está buscando seguir a vida, mas com tudo que vale a pena...poucos são os que buscam essa paz, as religiões, os pré-conceitos, tudo isso, vai enchendo nossa carroça de tudo q é medo, e poucas respostas, uma coisa aprendi...não importa o q digam, o seu pensamento diga...o seu eu interior, está aí, antes da mente, do pensar, a idéia do gde pensador que "penso, logo existo, está equivocada, e até hj, confunde muita gente..." pense nisso, sua essência independe do exterior, dos conceitos, das idéias e tenho certeza, q agora, suas idéias, surgem limpas, no momento em que vc "deixa os buracos soltos, apenas observando..."é nesse momento q vc verá a sua essência!
gde abçooo!!ameiiiiii, como sempre os pots!!!
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