Para Tide,
Apesar de não ser especialista nestas questões, talvez a vivência de tudo que passei me habilite a tentar analisar e responder.
Você perguntou se é possível sentir saudade de alguém que não se conhece. Devolvo com uma pergunta: existe alguém no mundo que a gente possa dizer que realmente conhece? Não conhecemos nem nós mesmos...
Existem pessoas que a gente já viu milhares de vezes e não conhecemos...
Existem pessoas que a gente nunca viu olho a olho e que conhecemos muito mais que nosso vizinho de porta.
Existem pessoas especiais, que basta uma palavra, uma demonstração de afeto (seja um cartão, uma foto ou um cd caseiro de MPB) e se deixam mostrar escancarando a alma, porque sabem que quem está do outro lado também escancara sua alma, sem pudor. É a confiança construída a cada conversa, a cada “teclada”...
Então, minha tese é que não existem pessoas que não conhecemos, existem pessoas que a gente não encontrou pessoalmente, ainda, mas que conhecemos e amamos.
E o amor gera saudade... qualquer espécie de amor.
Mesmo aquele amor que parte o coração, deixando como “carne moída”.
Depositamos nossa esperança, todo nosso amor, carinho, devotação a uma pessoa. Passamos a viver na espera do retorno - ainda não somos tão evoluídos a ponto de amar por amar, para nós o amor tem que ser pista de mão dupla – e não perguntamos ao outro se ele está colocando na relação todo o seu amor, carinho, etc. também. E na maioria das vezes, a relação é de mão única. E quando acaba, quase sempre de um lado só, sobra um velho coração despedaçado, desesperançado, doído a ponto de se sentir dor física.
Quando isso acontece queremos morrer junto com nosso coração.
Os dias vão passando, a dor vai diminuindo aos pouquinhos... mas não acaba! Nunca! Carregamos no olhar a dor daquele amor perdido. É como queimadura, a cicatriz permanece por todo sempre a lembrar aquele amor não vivido.
Amor perdido é amor eterno!
FIM
Não existe nada mais doído
Do que o fim de amor.
Amor idealizado,
Amor conquistado aos poucos,
Amor!
Num ímpeto de raiva
Tentei apagar os vestígios
De sua passagem pela minha vida.
Queimei cartas, recados, retratos,
Apaguei seu nome da minha agenda,
Não mais passei pela sua rua,
Nunca mais ouvi “nossas” músicas.
As lágrimas vieram uma a uma,
Lavei com elas minha alma,
Minha mágoa,
Minha dor.
Com o passar dos anos a gente consegue
Enganar até mesmo a memória,
Achando que esqueceu.
Achei que tinha esquecido você.
Só muito tempo depois descobri
Que o amor dói mesmo muito depois do seu fim.
Dói a cada encontro,
A cada olhar,
A cada recordação.
O fim de um amor a gente até supera
Mas não esquece não.