terça-feira, 27 de maio de 2008

TLACOTALPAN - MÉXICO



Em primeiro lugar: não se passa em Tlacotalpan. Ou você decide ir até lá ou não vai conhecer nunca, porque é necessário deixar a estrada principal e tomar uma secundária que leva até a que considero a mais colorida cidade do México.
É antigo território dos índios Toltecas.
Em 1998 foi declarada, pela UNESCO, como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Situada no Estado de Vera Cruz, fica bem próxima ao Golfo do México e, ainda hoje, o transporte fluvial é muito presente.
Terra de Agustín Lara, grande compositor e cantor do séc. XX, suas obras mais conhecidas são Granada e Solamente Una Vez.
Tlaco, como chamam os mexicanos, é rica em cultura: música, dança, literatura, artesanato, comidas típicas além, é claro, da arquitetura única.
Gostei tanto de lá que já fui duas vezes.
Esta história é da primeira vez que fui lá.
Talvez por suas cores, é um lugar onde tudo fica alegre, ou talvez em virtude de uma bebida típica chamada Toritos, feita de frutas e aguardente, parece uma "batidinha", só é mais encorpada e doce (e você vai tomando por "desce fácil... o resultado nem preciso falar!).
Como tudo acontece comigo, na maioria das vezes coisas boas, estava eu saboreando um Toritos, quando vi um turista (é tudo igual em toda parte do mundo, ou seja, reconhecíveis) com um abanico (espécie de leque) na mão, lindo (o abanico, claro!). Resolvi perguntar onde ele havia comprado, ele me indicou uma cooperativa de artesãos. Fui eu comprar o dito cujo e conversa daqui, conversa dali, uma das senhoritas vai e me convida a entrar no que me pareceu ser a Secretaria de Turismo, que fica nestes portais, onde também ficam inúmeros bares e restaurantes, resumo da ópera: Estava tendo uma mostra gastronômica, de todos os restaurantes da cidade, com pratos típicos fantásticos... e o melhor, de graça!!!!!
Comi feito uma rainha!!!!
Eu mereço!

DICAS

- Não deixe de saborear o tal de Toritos (nem que seja para não tomar mais quando regressar!)
- Experimente almoçar em um dos restaurantes que têm varandas para o rio ou o porto fluvial, a vista é linda, e a comida, excelente!
- Coma "Arroz a la Tumbada" - é uma espécie de risoto com frutos do mar. Normalmente uma porção dá para duas pessoas se fartarem e ainda sobra. Mas lembre-se: se você não gosta de pimenta, não se esqueça de pedir "sin chile". Esta dica serve para toda e qualquer comida, em qualquer restaurante, peça "chile a parte" - é mais seguro.
- Visite a cooperativa de artesãos, tem coisas lindas (fica nos portais, bem no centro).
- Se der, visite a Casa de La Cultura Agustín Lara.
- Outro passeio interessante é tomar uma lancha e ir pela "ribera del Papaloapan" - rio que vai desagüar, não muito longe, no Golfo.
- No mais é deixar-se levar pelas cores e beleza do lugar!

Fotos:
1 - Portales
2 - Iglesia San Miguelito
3 - Praça típica

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Y VAMOS PASEAR!

TULUM
Eu sou apaixonada pelo México, o que a TVP explica muito bem (rs).
Alguns lugares merecem ser conhecidos, embora pouco divulgados. Vou procurar levá-los a uma grande viagem pelo meu país por adoção. Espero que gostem do passeio.

HISTÓRIA

TULUM é o sítio arqueológico mais importante da costa do Caribe Mexicano, numa área conhecida como Riviera Maia, tendo de um lado todo o azul do mar caribenho e do outro uma grande muralha de pedra.
Tulum foi fundada por volta de 1200 como porto comercial de negócios e alcançou o seu apogeu em torno de 1400. Tulum significa muralha e é o nome dado recentemente por causa das muralhas que existem rodeando as ruínas. Se acredita que seu nome original era ZAMA, uma palavra relacionada com ZAMAL, que significa, em maia, amanhecer. Tulum foi o porto mais importante dos maias. Muitos dos artefatos encontrados nas escavações mostram contato com a Guatemala e toda a América Central. Os primeiros europeus a chegarem a Tulum foram, provavelmente, Juan de Grijalva e seus homens, em 1518. Os espanhóis depois retornaram para conquistar toda a península e trouxeram com eles as doenças dos “homens brancos”, causa provável da dizimação da população maia da Península do Caribe Mexicano.

COMO CHEGAR

Tulum está ao sul de Cancun (uma hora e meia, de carro, aproximadamente) e a quarenta minutos de Playa del Carmen, a princesa da Riviera Maia (nome dado por mim, claro!). As ruínas ficam a poucos quilômetros antes da atual cidade de Tulum. Lá tem um grande estacionamento e pequenas lojas de artesanato e lanchonetes ao redor. Aconselho ir de ônibus, carro alugado ou tour de agência. Do estacionamento até as ruínas tem uma “jardineira” que você paga um preço fixo pela passagem de ida e volta.

O QUE VER

A atração principal é a combinação da praia de águas azuis e as ruínas frente ao mar. Você pode admirar a muralha que rodeia a cidade e que se encontra em excelente estado de conservação. O edifício mais famoso é o “Castillo O Faro”, que é a construção mais alta, em frente ao mar. Se acredita que os maias a usavam como farol para os barcos que vinham de Cozumel. Outro edifício interessante é o Templo do Deus Descendente. Tem figuras entalhadas na pedra na fachada e dentro se pode observar murais feitos pelos maias. Tem um grupo de pequenas estruturas chamado de Grupo Kukulcán, com muitos templos, sendo que um dos mais importantes é o Templo do Deus do Vento, com base redonda. Todo o sítio é muito bem sinalizado.

DICAS IMPORTANTES:

- Os táxis de toda região, desde Cancun, não possuem taxímetro, portanto combine o preço antes de entrar no táxi, pois eles costumam cobrar muito mais caro quando vêem que é turista.
- Você não precisa de guia para visitar Tulum. Se quiser compre um pequeno folheto com explicações. Os guias são desnecessários.
- A distância entre o estacionamento e o sítio é pequena, mas o sol é escaldante e lembre-se: o preço é o mesmo, independente que você faça somente um percurso, portanto, vá de jardineira.
- Não esqueça de levar um chapéu ou boné. O sol é de lascar mesmo!
- Use filtro solar. Não é nenhuma alusão ao texto do Bial. É questão de sobrevivência.
- Se quiser, use traje de banho, mas lembre-se: você ficará com a água do mar no corpo, não existem chuveiros.
- Sapatos ou sandálias o mais cômodos possíveis. Você vai caminhar em areia, pedras, etc.
- E água!!!! Leve água!!!!
- No mais é desfrutar deste lugar maravilhoso.


terça-feira, 13 de maio de 2008

OS BRUXOS E EU

Foto: Machu Picchu vista da Porta do Sol
Desde muito cedo percebi em mim algo que me distinguia da maioria das crianças no quesito a coisas ditas “anormais”, fora do contexto, sobrenaturais etc.
Quando era pequena e alguém dizia para não ir a determinado lugar porque havia “Bicho-papão” aí é que eu queria mesmo ir, para poder vê-lo.
Atraía-me as histórias de bruxas, duendes, druidas... mas não aquelas tipo “A Branca de Neve”, gostava mesmo era da Madame Min, da Maga Patológica (alguém se lembra) com seus caldeirões, seus potes de unha de sapo, escama de cobra, dente de dragão...Ah! Viajar montada numa vassoura! Era o máximo!
O tempo passou, as histórias em quadrinhos também, mas o que está gravado na alma não passa.
Nesta minha última viagem ao México eu tive a oportunidade de estar com um grande Xamã. Mas esta história vai ficar para depois. Hoje quero contar meu primeiro contato (de vários que ocorreram depois) com um bruxo de verdade.
O ano era 1998. Estava prestes a realizar um grande sonho: Fazer a trilha Inca, que vai de Cuzco a Machu Picchu. Forças maiores fizeram com que eu encontrasse, através de uma amiga, uma pessoa no Rio de Janeiro, que me levou a outra e assim em diante até estar pronta, em um grupo que iria fazer sua iniciação em Reiki justamente na trilha e, ainda mais, tendo como trilheira uma descendente de Incas, que nos introduziria na selva cumprindo todos os rituais de seus antecedentes... Era o máximo! Eu já havia lido quase tudo sobre o assunto (naquele tempo a internet não era tão profícua em pesquisas) e assistido ao filme “Minhas Vidas” baseado no livro de mesmo título da atriz Shirley MacLaine com direito a encontro com bruxo e até viagem astral. Se ela podia, por que não eu?
Fazendo os últimos preparativos, numa ida ao shopping, passando em frente a uma livraria, minha filha brincou: Mãe olha para o outro lado, olha que interessante (repetindo o que eu fazia quando eles eram crianças e eu não queria que vissem alguma coisa). Mas não teve jeito, foi só olhar e lá estava, na vitrine, me esperando, um livro com o título “Os bruxos de Machu Picchu”.
Assim parti, com o coração carregado desta e outras ansiedades que conto depois (nossa! É tanta história para contar depois – rs)...
Chegando ao Rio conheci as pessoas que fariam parte do nosso grupo, em São Paulo embarcou o restante. Como sempre acontece em viagens assim, a gente acaba se identificando mais com algumas dessas pessoas... Eu acabei me aproximando da Sônia (à época astróloga nas horas vagas) com quem mantenho contato até hoje e a única que não riu de mim quando, na apresentação, foi-nos perguntado o que esperávamos desta viagem e eu respondi: Encontrar um verdadeiro Bruxo de Machu Picchu.
Não preciso nem dizer que fui motivo de muitas brincadeiras durante todo o trajeto. Era só um homem se aproximar de mim que logo vinham as perguntas: É o seu bruxo? Na maior gozação... Outros perguntavam se eu esperava que alguém batesse no meu ombro e dissesse: “Hola, yo soy um brujo de Machu Picchu!”...
Fizemos a trilha, que foi fantástica!
Conheci Machu Picchu!
À noite fomos aos banhos termais de Águas Calientes (que tinha se transformado de poços em piscinas de azulejo com direito a música baiana – sem preconceito! Que decepção!). Viagem astral nem fumando orégano!
Na manhã seguinte alguns decidiram subir novamente até Machu Picchu, outros ficaram zanzando por Águas Calientes e eu, com mais umas três do grupo, resolvemos subir uma rua bem íngreme onde tinha umas pequenas lojas de artesanato, seguidas da multidão dizendo “Compra-me, compra-me” – a pobreza era tamanha que acho que venderiam até os filhos.
No meio do caminho algumas desistiram e voltaram, lembro-me bem que ficamos eu, a Sônia e mais uma pessoa. Até que eu vi uma porta com cortina de contas. Não havia placa, nem sinal de ser loja ou galeria, nada! Mas uma força maior fez com que eu me aproximasse e entrasse.
Logo no meio da sala havia uma espécie de altar onde tinha, muito bem arrumado, os elementos fogo, água, terra e ar. Não havia ninguém visível. Em uma parede tinha quadros com diplomas de cursos de Reiki até o último grau, símbolos do Om e outros artefatos que não deixavam dúvida de que estávamos em um lugar muito especial. Arrepiei-me toda. Foi quando entrou na sala um homem (não sei dizer se tinha 30 ou 60 anos), com os olhos verdes mais penetrantes que já tinha visto na vida.
Explicou-nos sobre as peças que vendia – algumas pirâmides pequenas de pedras semi-preciosas e outras coisas mais – dizendo que tudo que fazia seguia um ritual, tinha uma finalidade, etc. Resolvi comprar três pirâmides: uma para mim e uma para cada filho. Ao entregar-lhe ele as colocou nas mãos, fechou-as em concha, murmurou algo e assoprou. A não ser que ele bebia perfume eu até hoje não encontro explicação para o olor que se espalhou pela sala e penetrou nas pirâmides e permaneceu até que eu chegasse ao Brasil.
Agradeci, paguei, tudo isso sem conseguir afastar meu olhar do dele, e fui preparando-me para sair, sem deixar de olhá-lo, uma força maior impedia-me de dar-lhe as costas. Quando estava quase chegando à porta ele me chamou de volta e perguntou:
- O que você realmente veio buscar aqui?
Num fiapo de voz respondi: - Um bruxo.
E ele então respondeu: - Encontrou.
Colocou-me no centro da sala, perto do tal altar e começou um ritual que eu entendi como sendo de purificação, uma vez que não ousava abrir a boca de tão emocionada que estava. Depois de um tempo que não sei dizer se um minuto ou uma hora, ele colocou as mãos nos meus ombros e eu sentia a energia passar dele para mim, como num filme de ficção científica. Ao final, ele fez uns gestos e uma reverência.
Minha amiga quando viu tudo o que passava, pediu a ele que também fizesse o ritual com ela, no que ele respondeu, literalmente:
- Não posso, só fiz porque a alma dela chamou a minha.
Esse foi o primeiro bruxo da minha vida!
Se tenho foto? Só a que trago gravada na memória e na alma.

Foto: Quarta Estação - Templo da Purificação - Trilha Inca

domingo, 11 de maio de 2008

COMO NÃO PODIA DEIXAR DE SER... ÀS MÃES

MÃE – MULHER

As pessoas, invariavelmente, colocam as mães
Numa redoma, num pedestal,
Acima do bem e do mal.
Esquecem que sob o manto da santa
Bate o coração de mulher
Cheio de desejo,
Com sede de beijo,
Fome de amor.
A mulher se torna prisioneira
Das aparências, dos preconceitos, das convenções.
Quando ousa se libertar
Das amarras, dos grilhões,
É taxada de louca, insana, demente;
A sociedade a olha
Com os olhos de acusação,
A pergunta velada:
Como pôde?
Eu a invejo, mulher corajosa,
Banida, proscrita, desterrada.
Saciada.

(Kátia Corrêa De Carli - inédito)

Foto: Escultura em El Caminito - Buenos Aires

sábado, 3 de maio de 2008

NIÑA Y MÁS ALLÁ

Fotos: Laguna de Catemaco - Estado de Vera Cruz - México
Diálogo entre minha amiga Esperanza e sua sobrinha-neta Angelina, de 5 anos, enquanto víamos o pôr-do-sol (creio que é onde se vê um dos mais lindos pores-do-sol no mundo).
Estava eu sentada, em postura de lótus, a meditar e receber a energia incrível que existe neste lugar. Todo o diálogo me foi relatado depois pela Gabi, minha filha.
Angelina - "Epe" por que ela está chorando?
Esperanza - Ela não está chorando... não é tristeza, é um choro de emoção, ela está emocionada.
A - "Epe", e o que ela está fazendo?
E - Está meditando...
A - ... "Epe" que é meditar?
E - (&%$RF%&"#@ como vou explicar?) - Ela está tentando ficar mais perto e falar com Deus.
A - Acho que seu espírito já foi falar como Deus.
(Gabriela e Andréa, irmã de Angelina, estão ao lado cochixando)
A - Psiu! Agora não se pode falar alto e nem baixo, temos que ficar em silêncio porque Deus tem que ouvir a Kátia.
Depois de algum tempo, só a claridade do sol se é vista por de trás das montanhas...
A - "Epe", acho que o espírito dela já voltou!
Angelina se aproxima de mim, me abraça e procura meu rosto para conferir se há vida em meus olhos.