quarta-feira, 31 de outubro de 2007

SOBRE LIVROS E LEITURAS

Para dar um tempo em viagens e presentes e também para ser do contra.
Explico: Dia das Bruxas, eu, meio bruxa, deveria seguir o fluxo e escrever sobre este assunto. Mas não estou a fim.
Quero falar de livros.
Ou melhor, quero falar de um livro: VIRGÍNIA BERLIM, UMA EXPERIÊNCIA, de Luiz Biajoni.
Como não acredito em coincidências, tampouco em acontecimentos acausais, maktub.
Tudo começou (inclusive este blog) porque numa tarde mormacenta e preguiçosa, sem nada para fazer, resolvi procurar um texto na internet e um site me levou a outro, que me levou a outro e assim por diante até eu chegar ao blog Páginas Rasgadas, da Jussara Soares, que acabou virando uma grande “amiga ainda não vista”.
É o primeiro livro que conheço (sem ser de auto-ajuda, nem de meditação) que vem com trilha sonora... - e que trilha!
Na época escrevi para o site Os Viralata, agora, com meu próprio blog, compartilho com vocês:

“Li o que a Jussara Soares, do blog Páginas Rasgadas, escreveu sobre "Virgínia
Berlim, uma experiência" - não conheço a Jussara, nem o Biajoni, nem ninguém d'Os Viralata... - mas mesmo assim, suas palavras tocaram-me tão fundo que no mesmo dia dei um jeito de comprar o livro (ou melhor, dois exemplares, seguindo os conselhos). Recebi-os agora há pouco (ou tem mais tempo)... perdi a noção assim que abri o envelope, só sei que mergulhei no livro e trilha e me perdi, ou me encontrei, ainda não sei...
Existe uma Virgínia Berlim dentro de cada uma de nós, essas mulheres que insistem em amar amores impossíveis, viver intensamente essas paixões que explodem, implodem, mulheres meio loucas, diriam alguns, corajosas, diriam outros, sofrem e às vezes fazem sofrer, mesmo sem querer...
A diferença é que poucas têm a coragem (alguns diriam covardia) da Virgínia de levar às últimas conseqüências...
Biajoni conseguiu juntar um pedacinho de cada uma de nós em sua Virgínia, por isso o livro nos encanta tanto.
Ela somos nós, sem sua coragem (ou covardia, nunca sei...)”



sábado, 27 de outubro de 2007

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO


Hoje eu queria te dar um presente...
Não um presente qualquer que se compra nos shopping centers da vida,
E com o tempo se acaba, se rompe, se perde.

Mas algo que você pudesse levar consigo, por toda a eternidade.

Não poderia ser material. Seria complicado entregar.

Fiquei pensando...

Então descobri que tenho muito para lhe dar.

Neste momento, como dom especial, ordeno que apaguem da sua memória todas as lembranças ruins. Só permaneçam aquelas gostosas, que trazem leveza à alma.

No dia de hoje meus poderes de bruxa estarão funcionando a todo vapor!

Por isso, para iniciar com o pé direito, é necessário que você esboce aquele sorriso maroto... aquele que está guardado há tanto tempo... vai! Você consegue! Assim! Por enquanto está bom... mas pode melhorar. Não tema parecer tolo.
Então, começo dando o meu mar. Lembra-se que sua estrada já caminha para ele? Então aproveita... é seu! E quando estiver caminhando pela areia, pegue a concha mais brilhante... também é sua... corra um pouquinho, fuja da água, brinque de pique com as ondas e ria, ria bastante, ria alto (não tema parecer tolo, você está desfrutando o seu presente!), pois junto estou lhe dando gargalhadas de presente.
Dou-lhe também um entardecer rosa e dourado (você conhece, não é sempre que acontece),
E uma noite de luar com muitas estrelas para que você possa escolher em qual delas pretende, um dia, habitar.
Dou-lhe, em forma de prece, reservas de paciência, pois para quem tem vida agitada, é de muita utilidade.
Você também vai ganhar, mesmo a contragosto, um pote com algumas lágrimas, é que a vida às vezes fica tão difícil e solitária que só a paciência não resolve, mas use-as com parcimônia... porque não é sempre que eu tenho para lhe dar (sabe, tenho gasto muito ultimamente...).
O calor do sol nas manhãs de inverno, também lhe dou, para tornar mais fácil seu despertar.
O que acha de ganhar estrelas cadentes? Dou-lhe três, é um bom número, nem pouco que fique faltando algo, nem demais para que não suba à cabeça, faça seus pedidos, mas preste bastante atenção ao que pedir, pois eles serão atendidos.
Vá ao parque mais próximo e escolha uma árvore. Chegue pertinho e pergunte a ela: você é meu presente? Se ela balançar de leve as folhas é porque acertou... Abrace-a... absorva a energia que ela tem para lhe dar... É o abraço que eu não posso dar.
Quase ia me esquecendo, nuvens, muitas nuvens, nos mais diversos formatos, para você viajar e descansar. Brinque novamente de descobrir formas nas nuvens. Hoje o dia é seu!
Mas está chovendo? Não tem problema, vê a poça de água à sua frente, pise forte, com os dois pés, e saia leve... se tiver alguma goteira de marquise, melhor ainda, passe sob ela, deixe a chuva lavar seu corpo e sua alma, é a sua infância que estou lhe dando novamente.
Música! Como poderia me esquecer? Ainda não ouviu as cordas? Os violinos? Acertou! Essa sinfonia eu escolhi especialmente para o dia de hoje. (Está bom não é novidade... mas é a que mais gosta, não é?)
Faltava cor! Mas para você não bastam cores primárias, têm que ser especiais... então fui buscar bem longe, você sabe onde, só para enfeitar seu dia... todo esse esplendor eu captei só para você.
Quase ia me esquecendo: por telepatia, dou o número do meu celular, porque existem dias cinzas na nossa vida em que tudo que queremos é alguém que possa nos escutar.
Acho que para um aniversário, você tem bastante presentes
E para completar
Também reservei para você um brilho novo no olhar!
É a Esperança que eu te restituo.
(pode conferir no espelho)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

IMPRESSÕES DE VIAGEM IV


ROMA


Sonho acalentado desde que, na infância, fui apresentada às primeiras civilizações, nas aulas de História Geral. Numa época em que os livros escolares passavam de irmão para irmão, vizinhos, amigos, etc. e só continham gravuras ou figuras em preto e branco. Não sou tão saudosista para dizer: Bons tempos aqueles! Mas que a gente aprendia mais do que os pobres coitados das escolas públicas de hoje, isso é verdade... mas não estou aqui para falar de políticas educacionais...
Pois é...
Eu sonhava com o Coliseu, sonhava literalmente: ora era cristã sendo devorada pelos leões, ora era aristocrata que a tudo assistia com ar de enfado, só não me lembro de ter sido leão.
Sonhava com Júlio César, cambaleando entre as imensas colunas de mármore, teatralmente dizendo: "Tu quoque, Brutus, fili mi!" (Até tu, Brutus, meu filho!).
Quando católica via-me no Vaticano, a receber a comunhão das mãos do Papa e transcender... voar... tornar-me santa!
O tempo foi passando, fui descobrindo novos tesouros em Roma na forma de esculturas, pinturas, etc.
Houve um tempo em que daria tudo para ser Anita Ekberg (com seus enormes seios – e nem havia silicone - seus cabelos loiros e todo seu potencial) saindo da “caverna” à direita da Fontana di Trevi para onde havia atraído, nada mais, nada menos que Marcello Mastroianni, na antológica cena de La Dolce Vita, de Fellini.
Portanto Roma foi sonhada, calculada, seu roteiro pormenorizado... e?
Só contando...
Roma é uma cidade abundante.
Abunda cultura, mas também abunda japonês (está bom, não vou ser parcial), abunda oriental, abunda sujeira, abunda romano mal educado.
Que decepção!
Tudo bem, estão lá: O Coliseu, o Fórum, o Senado, a Fontana di Trevi (que ainda não havia recebido corante), La Boca Dela Veritá, o Vaticano, até o Papa... mas tem que se pagar um preço elevado para apreciar tais belezas (e não estou dizendo só monetariamente).
Romano é mal educado mesmo. Eles gritam com eles mesmos, vivem xingando, saindo aos tapas no meio da rua, xingam os turistas (somos pragas, na língua de um senhor no ônibus), dão todas as informações erradas que puderem e te roubam na cara, e ai de você se quiser falar alguma coisa, ainda será obrigado a ouvir grandes impropérios em tom de voz que daria para fazer denúncia ao disque-silêncio.
O metrô, além de pequeno e restrito, é imundo e todo pichado.
Informações confiáveis nós tivemos de..., nossa! Tenho que puxar bem a memória... e só me lembro dos Carabineres (os policiais).
Uns danados de uns motoristas de ônibus, na rodoviária, nos indicaram um ônibus que nos levaram para a zona sul quando queríamos ir para a zona norte...
Roma é rica em patrimônio histórico? Sim! Mas haja disposição!
Vale a pena, apesar de tudo? Sim... Andar num museu ao ar livre, pisar em lugares que pisaram tantos vultos históricos, saber que ela já estava lá antes mesmo de tudo que minha pobre e limitada compreensão abrange... é relíquia que se leva por toda encarnação.
Mas, parafraseando Júlio César no famoso "Veni, vidi, vici" (Vim, vi e venci) eu digo:
Fui, Vi e Não volto!


DICAS:

- Não peça informações na rua, invariavelmente lhe darão informações erradas. Procure um policial (tem bastante)

- Tickets de metrô e ônibus - compre um uma tabacaria ou banca de jornal, as máquinas do metrô nunca funcionam, nos pontos de ônibus não vendem, nem nos ônibus

- Numa loja, quitanda, camelô ou seja lá o que for que estiver vendendo algo, não toque em nada a não ser que tenha permissão (se você for comprar uma fruta, eles escolherão a fruta que você irá comer! E faça cara boa!)

- Nas barracas da rua nunca pague o primeiro preço que eles pedem, regateie, você levará a mesma coisa até pela metade do preço e se não for o caso, deixe o vendedor falando sozinho e vá a outra barraca.

- Esteja preparado para enfrentar filas (intermináveis!)

- Veja os preços das comidas antes de se sentar em algum restaurante, você paga caro para sentar (no mínimo 2 Euros por pessoa) nem que seja para tomar somente uma água, e eles não têm vergonha de roubar na sua cara (e vale aquela máxima – não reclame, mesmo certo, você sempre estará errado, entendeu praga?)

- Troque um dia em Roma por um dia em Assis!

- Em Roma não faça como os romanos. Tente manter-se educado.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

IMPRESSÕES DE VIAGEM - III

GIVERNY

Saímos do Brasil com a viagem toda planejada. Tenho que confessar que sou meio detalhista para certas coisas, gosto de saber aonde vou, quantos dias ficarei, escolher os lugares que vou visitar e assim por diante... e na nossa programação havíamos reservado um dia para conhecermos Versalhes.
Quando estávamos em Paris, minha amiga disse que gostaria muito de conhecer Giverny.
Bem, eu nunca havia ouvido falar deste lugar, então perguntei o que tinha de interessante, no que ela me respondeu que era onde ficava a casa e os jardins de Monet, que haviam sido transformados em Museu.
Quase tive uma síncope!
Monet!!!!!
Sou apaixonada por Monet, seus quadros, sua história, suas ninféias (nenúfares), a ponte japonesa, o lago, os chorões... tudo o que diz respeito a Monet (como Giverny havia me escapado?). Existe um “algo mais” que me liga a Monet...
Não pensei duas vezes: meu voto – Giverny!
Que me perdoem, mas eu tenho um quebra-cabeça de 1500 peças com os jardins de Versalhes... se algum dia puder voltar, tudo bem, se não, fico com o quebra-cabeça!
Primeiro problema: Onde fica Giverny? (sem contar que ela não se lembrava se o nome da cidade era esse mesmo). Alguns telefonemas depois, ponto para nós. O nome a gente tinha.
Segundo problema: Era longe? Perto? Como chegar?
Não constava do nosso timetable dos trens do Europass...
Perguntamos no hotel: nada...
Daí meu amigo ligou para a irmã, no Brasil, que deu o telefone de uma amiga, na França, que ficou de pesquisar e passar os detalhes.
Algumas horas depois já sabíamos tudo...
No dia seguinte, com uma bolsa contendo as famosas baguetes francesas, queijos, frios e vinho, partimos rumo a Giverny.
Cidadezinha pequena, que ainda guarda as características medievais e algumas ruas daquele período histórico, Giverny apresentou-se com todo o seu esplendor.
Saímos caminhando e, a cada passo, encantava-me mais com a beleza das flores, das cores, das construções, dos montes que a rodeiam...
Chegamos à casa que hoje abriga a Fundação Claude Monet.
Por fora: fachada simples, cor de terracota, janelas verdes.
Por dentro: casa simples, sem ostentações, cozinha com panelas de cobre penduradas, seu ateliê, suas coisas... e o jardim.
Lindo! Senti-me como que parte integrante das obras pintadas na fase em que viveu em Giverny com sua Alice e a imensa prole que os rodeava (tipo os meus, os seus, só faltou os nossos).
Monet encontrou em Giverny a paz que buscava para viver e pintar. Adorava pintar a água e o reflexo da luz sobre ela, para isso chegou a transformar um barco em estúdio flutuante.
Perdi-me na profusão de cores, odores, imagens, recordações, reflexos e então pensei: se eu, pobre mortal, sinto-me assim, imaginem uma alma iluminada como a de Monet?
Confesso que foi difícil sair de lá.
Giverny foi meu melhor presente nesta viagem.

DICAS:

- De Paris, compre uma passagem para Vernon – fica a 75 km. (não é necessário fazer reserva com antecedência) – atenção porque o destino final nunca é Vernon – da estação de Vernon tem ônibus que faz o trajeto até Giverny. Outra opção, para quem está bem fisicamente e gosta de aventura, é fazer o percurso de bicicleta – no bar em frente à estação, aluga-se bicicleta.

- Em Giverny, se você conseguir sair dos jardins, passeie pelas ruas (depois do pic-nic)... tem outras atrações a serem visitadas:

- Rua Medieval (parte medieval ainda intocada)

- Museu de Arte Americana

- Memorial aos Aviadores Britânicos

- Igreja Sainte Radegonde Church onde está o túmulo de Claude Monet

- Sem contar os inúmeros ateliês que você vai encontrando por onde passa...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

IMPRESSÕES DE VIAGEM II

REVENDO (PRÉ)CONCEITOS




Estive na França pela primeira vez, em 2000, muito rapidamente, para iniciar o Caminho de Santiago. Ia cheia de sonhos, esperança e crença num mundo fraterno; o coração transbordando de boas intenções e foi um balde de água fria o modo como fui tratada pelos franceses... Saí de lá achando-os o pior povo da face da terra: arrogantes, pedantes, egoístas e mais uma série de adjetivos do gênero.
Então, quando voltei agora, já fui com um pé atrás...
Mas nada como o tempo e pessoas diferentes para quebrar mais um (pré)conceito.
Fomos super bem tratados. Todos se mostraram solícitos em tentarem nos compreender, o metrô de Paris organizadíssimo e limpo (vocês entenderão o porquê de eu bater nesta tecla mais adiante), tudo funcionando perfeitamente.
Os pontos turísticos bem sinalizados e fáceis de encontrar.
Realizei alguns sonhos em Paris: ver a Torre Eifel se acender de dentro do Bateaux Mouche no Rio Sena, passear pelas alamedas do Champs Elysees, conhecer a Notre Dame, Louvre...
Na Notre Dame me senti a própria Esmeralda e, a todo momento, olhava para cima, na esperança que o Quasímodo aparecesse... (não apareceu!)
Sem contar que ficamos na “Rue de Abbesses”, famosa por seus cafés, restaurantes e imortalizada nas telas de Toulouse-Lautrec, que lá viveu, assim como Van Gogh e seu irmão Theo, Picasso, entre outros e ainda hoje é reduto e refúgio de artistas e intelectuais.
Resumindo, Paris foi uma festa...

DICAS (Fora dos guias normais)

- Compre tickets de metrô com validade para todos os dias em que vai permanecer na cidade (você economiza bastante).

- Separe o que você quer ver por região, assim fica mais fácil e você consome menos tempo com trajetos subterrâneos.


- Ande a pé... Paris é para ser desfrutada... sem pressa... Passeie pelas alamedas dos Jardins de Luxemburgo.

- Se for ao Hotel des Invalides – complexo onde está a tumba de Napoleão Bonaparte, Museu de Armas e uma série de exposições, não deixe de ir a uma rua pequena, atrás, que tem a casa onde viveu Rodin e é um Museu que raramente consta dos guias.

- Deixe para visitar a Sacre Coeur, em Montmartre (da estação Abbesses vai-se à pé) no fim da tarde. É lindo ver o entardecer em Paris lá de cima.

- Igreja de Saint Sulpice – é claro que só ficou famosa por causa de “O Código da Vinci”, mas é linda! E foi muito interessante buscar as pistas... (tá, foi bobeira também!)

- Não deixem de pegar um trem e ir até Vernon (mais ou menos uma hora). De lá pega-se um ônibus – ao lado da estação - e vá a Giverny (capítulo à parte) cidade onde tem a Fundação Claude Monet.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

IMPRESSÕES DE VIAGEM - I

TAMBÉM PODERIA SE CHAMAR REVENDO (PRÉ)CONCEITOS
Começamos pela Alemanha...
Como estudamos (pelo menos na minha época era assim) os povos eram “classificados” de acordo com a raça. Daí nos fizeram acreditar que certas características eram intrínsecas a cada povo e, portanto, imutáveis.
Os alemães eram sempre vistos como rígidos, um tanto brutos no tratar, extremamente frios e por aí vai...
Primeiro “pré”conceito a cair no espaço!
Fomos recebidos pelo casal Franzmann – Petra e Jürgen – que nos acomodaram em sua casa e em seus corações. Que abriram mão de todos os seus compromissos, inclusive profissionais, para que pudessem acompanhar-nos em passeios pelos arredores de sua cidade: SAARBRÜCKEN.
Com eles conhecemos TRIER e HEIDELBERG.
Todas três cidades lindas, de uma riqueza cultural ímpar.
Tudo é muito limpo, cores fantásticas, natureza exuberante e organizado.
Comida: gente, como se come! E se come bem! A cerveja, tida como a melhor do mundo (até andei experimentando) vem em canecos (se é que se pode chamar aquilo de caneco) de 1 litro.
Essa primeira parte da viagem me obrigou a começar a rever algumas “verdades” assimiladas ao longo da vida e ver que sempre é tempo de mudar.
Petra e Jürgen (e filhos, pai, amigos) fizeram-nos sentir amados, benvindos, aconchegados... vou levar para sempre comigo, num cantinho bem especial do meu coração, a lembrança dos dias maravilhosos que passamos juntos.
Quem tiver oportunidade, vale a pena conhecer essa região que fica na divisa com a França.

DICAS:

SAARBRÜCKEN:
Capital do estado de Sarre
- Pontes sobre o Rio Saar e suas floreiras suspensas
- Bosque próximo à Universidade
- Restaurante Zum Stiefel – fundado em 1709
- Complexo Igreja, Museu, Teatro e ruas na parte antiga da cidade





HEIDELBERG:
É conhecida por possuir a mais antiga universidade da Alemanha
- Sede do Governo Municipal
- Castelo Heidelberg Schlob – possui o maior barril de vinho do mundo: 228.000 litros (aos fundos na imagem)
- Ponte medieval
-Centro histórico, com suas lojas, cafés e restaurantes típicos

TRIER:
Foi fundada no século VI a.C. como Augusta Treverorum, supostamente pelo próprio imperador Augusto. Cidade natal de Karl Max, cuja residência familiar é hoje um museu.
- Porta Nigra (foto, construção da época da ocupação romana)
- Hauptmarkt – praça do mercado com suas esculturas e fonte
- Dom St. Peter (Igreja) – incorpora restos de uma antiga igreja do séc. IV
- No caminho não deixar de parar para apreciar as maravilhas do Vale do Trier e Cloef, mirante que fica em Saarschleife

domingo, 14 de outubro de 2007

REGRESSO


De perto ninguém é normal – tanta gente já usou esta frase, de Cazuza a Caetano Veloso, passando por Tolstói (substituindo ninguém por família o que a meu ver dá no mesmo - rs) que acho que posso dela apropriar-me sem ter que pagar direitos autorais.
Esta citação não é para referir-me aos povos dos lugares que visitei... foi a mais cruel constatação que fiz de mim mesma. Definitivamente, decididamente: Acho que eu não sou normal nem de perto, nem de longe!
Primeiro que as pessoas ficam morrendo de vontade de comer arroz com feijão, bife acebolado, churrasco, etc ... tudo bem, gosto de tudo isto, mas nem ligo se não comer. Por isso torço por viver até o dia em que venderão pílulas de comida (coisa antiga de astronauta) daí você sente o sabor que quiser, no lugar que quiser e pronto. Ninguém morre. Se não tem bife, como frango. Se não tem arroz com feijão, como macarrão, ou batata, ou pizza, ou McDonald’s e vamos em frente porque nem tudo na vida é para o estômago, há alimentos muito mais importantes, aqueles que sustentam a alma.
Segundo que gostaria que as pessoas tivessem mais sensibilidade para obras de arte, história, monumentos e nem sempre é assim. Tudo bem, uns preferem visitar a Capela Sistina e outros tomar “birra” (chopp) no bar em frente. É uma questão de escolha. E eu não vou mudar as pessoas nem o mundo (grande descoberta!).
Terceiro (e a pior parte) depois de alguns dias todos morrem de saudade de casa... e eu não! É claro que sinto saudade dos meus filhos, família, amigos, pessoas que amo, não sou tão desnaturada assim... mas saudade de casa? Da minha cama? Do meu banheiro? Tenha dó! Tem coisa melhor que não saber nem se importar com quem vai lavar os pratos, quem vai arrumar a cama, limpar o chão? Sair de manhã, bater perna o dia inteiro, voltar e encontrar tudo limpinho... quer coisa melhor?
É, eu não sou normal...
Mas tirando esta constatação (que não foi nenhuma surpresa, eu já desconfiava há tempos) a viagem foi maravilhosa. Conheci lugares fantásticos, voltei com mais de 1600 imagens na máquina (que levarei todo o tempo até a próxima viagem para catalogar, escolher, organizar, etc.) e o mais importante: Tudo o que vi e guardei no coração.
Saudades de todos? Sim, eu tive... mas lá também tinha computador, só que eu não tinha tempo...
Agora estou de volta! E já pensando para onde vou na próxima viagem...
Mais anormal do que antes.
Feliz é o caracol que carrega sua casa nas costas e nunca precisa voltar ao ponto de partida...
Breve compartilharei algumas impressões... um beijo cheio de luz a todos.