terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

DE PERDA, DE DOR, SAUDADE



Passei muito tempo da vida, quando perdi um grande amor, acreditando que talvez estivesse preparada para perdê-lo pra morte, mas nunca para a vida... mentira... a gente nunca se prepara para a perda, nem para a vida, nem para a morte.

Com todas as minhas crenças e convicções, nada me prepara para a despedida de alguém a quem amo. Sim, tudo bem, eu creio em reencarnação, em que existe uma Lei Maior a reger tudo e todos, que não existe acaso... mas a despedida ainda me atinge qual ferro em brasas e queima, arde, dói.

As lágrimas da despedida - seja de um amor, de um amigo, de pai, de mãe, de filho - em qualquer circunstância, são mais salgadas, deixam um rasgo na pele qual ácido que escorre.

Toda despedida traz em si um nunca mais que não conhecemos...

Se deixamos o filho em outra cidade, cada despedida é marcada pelas lágrimas da incerteza de se haverá outra vez, se nos encontraremos de novo, quando poderemos abraçar novamente nossa cria.

Se perdemos um amor - porque amor tem dessas coisas de só acabar de um lado - a despedida é marcada pelo nunca mais e nunca mais é tempo demais quando se ama demais...

Se enterramos mãe, pai, afilhado, amigos queridos, bate o medo de não termos como nos encontrar novamente, seja em outro plano, em outra vida, pois cada um segue seu rumo e o tempo não pára, em nenhum plano, em nenhuma vida.

Hoje, obrigada que sou a me despedir de uma amiga querida que foi trabalhar do outro lado, a dor mais uma vez vem bater à minha porta me impelindo a verter lágrimas ácidas de saudade.


Parta em paz, Ieda Brasileiro, e prepare o caminho para nós!