Passei
muito tempo da vida, quando perdi um grande amor, acreditando que talvez
estivesse preparada para perdê-lo pra morte, mas nunca para a vida...
mentira... a gente nunca se prepara para a perda, nem para a vida, nem para a
morte.
Com
todas as minhas crenças e convicções, nada me prepara para a despedida de
alguém a quem amo. Sim, tudo bem, eu creio em reencarnação, em que existe uma
Lei Maior a reger tudo e todos, que não existe acaso... mas a despedida ainda
me atinge qual ferro em brasas e queima, arde, dói.
As
lágrimas da despedida - seja de um amor, de um amigo, de pai, de mãe, de filho
- em qualquer circunstância, são mais salgadas, deixam um rasgo na pele qual
ácido que escorre.
Toda
despedida traz em si um nunca mais que não conhecemos...
Se
deixamos o filho em outra cidade, cada despedida é marcada pelas lágrimas da
incerteza de se haverá outra vez, se nos encontraremos de novo, quando
poderemos abraçar novamente nossa cria.
Se
perdemos um amor - porque amor tem dessas coisas de só acabar de um lado - a
despedida é marcada pelo nunca mais e nunca mais é tempo demais quando se ama
demais...
Se
enterramos mãe, pai, afilhado, amigos queridos, bate o medo de não termos como
nos encontrar novamente, seja em outro plano, em outra vida, pois cada um segue
seu rumo e o tempo não pára, em nenhum plano, em nenhuma vida.
Hoje,
obrigada que sou a me despedir de uma amiga querida que foi trabalhar do outro
lado, a dor mais uma vez vem bater à minha porta me impelindo a verter lágrimas
ácidas de saudade.
Parta
em paz, Ieda Brasileiro, e prepare o caminho para nós!