domingo, 27 de junho de 2010
TEMPO
Postado por Katia De Carli às 23:13 14 comentários
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sexta-feira, 25 de junho de 2010
REMIX SÉCULO XXI
“Armar um tabuleiro de palavras-souvenirs.
Apanhe e leve algumas palavras como souvenirs.
Faça você mesmo seu microtabuleiro enquanto jogo linguístico.” *
Methicorten
Solumedrol
Tramadol
Omeprazol
Metotrexate
Ácido fólico
Cálcio
Potássio
Linhaça
Fan
Imuran
Clonazepam
Codex
Insulina
Azatioprina
Hidroxicloroquina
Cymbalta
Glicose
Gabapentina
Pregabalina
Schirmer
Cintilografia
Ultrassonografia
Tomografia
Liquor
Densitometria
Eletroneuromiografia
Colonoscopia
Biópsia
Ressonância
Endoscopia
Sialometria
Ecocardiograma
Fisioterapia
Neuropatia
Fibromialgia
Mielite
Flebite
Vasculite, ite, ite...
Cada dia um tormento
Se não morro da doença,
Morro do tratamento!
(Adriana Calcanhoto – Remix Séc. XX)
Postado por Katia De Carli às 18:01 2 comentários
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quarta-feira, 23 de junho de 2010
QUERIDO JOHN - NICHOLAS SPARKS
QUERIDO JOHN
Aos poucos vou retomando minha vida. A dor? Faz parte! Ela que canse de mim, pois minha Esperança só morre comigo e vou lutar muito até que a Dona Morte me vença.
Como o que me sobra é tempo, tenho lido bastante. Tudo bem que o ânimo para escrever só agora está voltando, junto com a presunção de crítica literária!
Li muita coisa boa (que ainda vou comentar) e também um monte de porcaria (que guardarei para mim). Justifico: Eu sei o trabalho, empenho, dedicação que dá escrever e publicar um livro, então em respeito ao autor, vocês nunca me verão dizer para não comprar tal livro porque é ruim...
Mas voltemos ao assunto eu e os livros.
Tenho várias manias a respeito de livros. As que não me denigrem posso listar:
- Como tive infância e adolescência um tanto restrita monetariamente, o dia que passei a ganhar um salário melhorzinho, jurei que não passaria um mês sem comprar um livro. Com isso e fora os que doei para iniciar uma biblioteca, tenho uma coleção razoável;
- Morro de ciúme dos meus livros, emprestar é uma possibilidade remotíssima;
- Não gosto de assistir filme adaptado sem antes ler o livro. Exceção para Amor Além da Vida e As Pontes de Madison... leio, assisto e choro (ainda e sempre);
- Não me venham com livros indicados por “lista de 10 mais”;
- Tampouco gosto de livros que trazem estampado: Mais de tantos milhões vendidos nos EUA – nem sempre o que é bom para uns o é para outros;
- Tenho antipatia pela tal chamada em letras garrafais: “Best Seller do New York Times”;
- Meu parque de diversão é um bom e velho sebo (daqueles com banquinho de madeira pra gente sentar entre as estantes) porque acredito que livro tem alma (rs) e por aí vai...
Entretanto sou uma romântica incorrigível. Falou em amor e eu me derreto toda. Sei que não estamos neste mundo de passagem, mas há tempo e hora para cada tipo de leitura. É claro que em cima de uma cama de hospital, morrendo de dor, não cabe ler Kafka nem Dostoievski...
Então, estava eu numa livraria e bati o olho num livro intitulado: Querido John, de Nicholas Sparks. Nunca havia ouvido (ou prestado atenção) o nome do autor, mas a capa trazia um casal jovem, num campo, transmitia paz. Pequei-o. Logo em cima tinha um selo: “5 milhões de livros vendidos nos EUA”, em dourado! Mais abaixo “Best-Seller do New York Times”. Na contracapa a ficha técnica do filme, ou seja, o bendito livro, recém-lançado, já era até filme.
Pensem comigo: considerando o acima listado o que eu tinha que fazer? Devolver o livro à prateleira... Devolvi. Mas minhas mãos ficaram vazias demais. Contrariando todas as minhas convicções, pequei-o novamente. Abri no prólogo e lá estava: “O que significa amar verdadeiramente uma pessoa? – Houve um tempo em que eu achava saber a resposta: significa que eu iria pensar em S. mais do que em mim mesmo, e passaríamos o resto de nossas vidas juntos”.
Comprei o livro! Era como se fosse escrito por mim. Como aquele cara pega minhas palavras e coloca-as no livro dele?
Leitura gostosa, sem pretensões filosóficas, ótima para uma tarde ociosa. Não vai te acrescentar grandes ensinamentos, vai falar de amor. Só isso.
Vai dizer: “Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais nos anos em que ficamos separados”.
Uma das coisas que me chamou atenção foi que o livro é escrito e narrado por homens. Até hoje só conheci um homem que (talvez) fosse capaz de tal proeza. O autor consegue penetrar no universo feminino – pelo menos no meu.
Então, se algum dia você estiver sem nada para fazer e vier bater em sua mão o livro “Querido John”, com a chamada “o que você faria se uma carta mudasse tudo?” Pode ler... vale o tempo!
Postado por Katia De Carli às 00:33 4 comentários
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sábado, 19 de junho de 2010
MORREU SARAMAGO. MORREU!
Não era unanimidade, porém, como dizia Nelson Rodrigues, “Toda unanimidade é burra” e ele pode ser chamado como quiser, menos de burro!
O primeiro livro de (José de Sousa) Saramago que tentei ler foi “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” – lançado em 1991, talvez sua obra mais polêmica – onde ele reescreve a Bíblia através da narrativa de um Jesus feito homem. Confesso que não consegui. Estranhava-me aquele modo de escrever, ininterrupto, meio mal pontuado, sem diálogos definidos... tudo isso na minha nada humilde e muito prepotente opinião.
Guardei o livro. Quem sabe em uma outra vez? Mesmo porque estava envolvida com outras leituras, escritos, casa, filhos, serviço, viagens executivas, etc. Lembro que ele ficou em cima da escrivaninha, com sua lombada azul marinho escrito em dourado, fitando-me, como a dizer: Um dia você estará preparada, eu espero!
Tinha tanta coisa a ler...
Quando me pediam alguma opinião, eu dizia que não gostava de Saramago. Até que um dia percebi o quão incoerente estava sendo, porque até para não gostar, tem que se conhecer.
Decidi ler O Evangelho... Não foi fácil. Foi preciso despir-me de todas as ideias pré-concebidas acerca de literatura, estilos, formas e fôrmas. E como não se apaixonar pelo Jesus de Saramago que "conheceu o amor da carne e nele se reconheceu homem".
Li outros livros de sua autoria: Ensaio sobre a Cegueira, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Memorial do Convento, As intermitências da Morte. Outros não consegui: O Homem Duplicado, A Viagem do Elefante. É bem provável que falta-me inteligência e lucidez para alcançá-lo.
Mas como não reverenciar-me a um homem que diz: “Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar”.
Crítico ferrenho da Igreja Católica, dizia-se ateu, mas confessava: “Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro”.
Amou três vezes, porém seu maior amor foi justamente o último (a jornalista e tradutora espanhola Pilar del Río), que o mesmo Deus que negava, guardou para o final de sua vida.
Vai ficar um vazio muito grande na literatura de língua portuguesa, pois ninguém, nunca mais, vai dizer-nos: “Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.”
O meu também, Saramago.
Também.
Postado por Katia De Carli às 20:57 5 comentários
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sexta-feira, 18 de junho de 2010
DE TUDO E NADA
Os que me acompanham mais de perto sabem que os últimos tempos têem sido um tanto difíceis, não só para mim, mas para meus familiares e amigos.
Como sou uma pessoa que crê que acima de nós existe um ser superior, dêem a Ele o nome que queiram, acho que não pode ser em vão que eu esteja passando por esses “maus bocados”. Para tudo e em tudo existe um propósito, embora, às vezes, seja difícil descobrir o que está por trás do “Véu de Maya”(*). Tenho buscado, na medida do possível, descobrir os motivos ocultos que me levam a essa provação – dores, imobilidade, perda sensorial, etc.
Parêntesis: Agora já tenho diagnóstico, e não apenas um... Síndrome de Sjögren, agravada por Fibromialgia e Neuropatia Periférica por Vasculite... Não! Ainda não assimilei tudo!
Esta última internação (estou virando a queridinha do hospital!, se não fosse por doença, o corpo de enfermagem só falta dizer: - D. Kátia, que alegria ver a senhora!) me levou a amadurecer muitas ideias.
Mas meus sentimentos estão um tanto confusos. Portanto, só passei para dizer que estou de volta...
Um beijo pra lá de especial a todos.
(*) nome dado pelos Hindus para a nossa realidade, que é apenas uma distração sensorial, uma teia de aranha, que ao mesmo tempo em que esconde, revela. Os médiuns videntes conseguem notar algo além do véu, mas nem sempre claramente, como uma pessoa que tenta olhar o mundo através de óculos embaçados.
Postado por Katia De Carli às 19:56 5 comentários
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
Eis o motivo...
Postado por Katia De Carli às 17:14 8 comentários
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terça-feira, 1 de junho de 2010
ANIVERSÁRIO
Postado por Katia De Carli às 23:25 4 comentários
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