
Na infância se traduzia em fugas para casas de amigos e passeios em bandos pelas redondezas (igual em toda cidade de interior).
Mais tarde, já moça, nas viagens para onde o dinheiro permitia.
A permanência, onde quer que seja, incomodava-me.
E eu não sabia explicar. Não tinha co-relação com alegria ou tristeza, satisfação ou insatisfação, bem-estar ou não. Era algo além do aqui e agora. Além de mim mesma e do meu controle (tão rígido e tão desnecessário, descubro agora!).
O tempo passou e aprisionou-me na casa, no matrimônio, nos filhos...
Mas como ele (o tempo) é faca de dois, às vezes até três gumes, ora ele usa seu gume e corta para machucar: quando nos apresenta rugas que não estavam lá no dia anterior, leva gente, desfaz fantasias, faz-nos fisicamente mais fracos e impotentes perante alguns desafios; ora ele corta para libertar: e traz novos amigos, realiza sonhos, desfaz preconceitos; ora nos apresenta a nós mesmos.
Tudo isso o tempo fez comigo.
Começou a incitar-me a realizar alguns sonhos como percorrer a trilha Inca, fazer o Caminho de Santiago, a cortar o México de oeste a leste de carro (viagens que me renderam muitas histórias que ainda serão contadas aqui).
Depois me pôs a publicar meus escritos, ensinou-me a me expor.
Das terapias fez-me relembrar de vidas passadas e entender alguns hábitos que eu julgava inconsistentes com minha vida atual.
E foi assim, passo a passo, que o tempo me revelou o mais importante:
Tenho ALMA CIGANA!
Por isso não paro muito tempo no mesmo lugar, adoro fazer mudança (teve um ano que foram cinco!) e amo viajar.
Mas tudo isso é para dizer-lhes que estou partindo para mais uma viagem (para os que me conhecem há mais tempo, respondo: sim, novamente).
Espero voltar com bastante histórias...
Não me esqueçam e marquem esta data: 14/10/2007 – Juro que mesmo sem desfazer as malas terá postagem nova!