A única coisa que não foi surpreendente foi a qualidade e quantidade de amigos sinceros que tenho espalhados pelo mundo, perto e distantes, conhecidos e ainda por conhecer, mas amigos da melhor estirpe!
Agora, que estou, mais uma vez, prestes a encontrar um novo e desconhecido (para mim) diagnóstico, que provavelmente me levará outra vez para o hospital, lembrei-me de um poema que escrevi há muito tempo, décadas...
Acho que chegou a hora de aceitar esse novo passo, redescobrir um compasso, tentar ser feliz.
(Imagem ilustrativa retirada da internet - infelizmente não tenho fotos da "nossa" banda)
Acelere o passo,
Diminua o compasso.
Vestidos de laranja, azul-turquesa e dourado
Galões refletindo sob o sol
Éramos mais que uma banda marcial.
Éramos jovens, unidos, destemidos,
Tendo sonhos por ideal.
Acerte o passo,
Atenção ao compasso.
Juntos enfrentávamos qualquer desafio.
Obstáculos? Vencíamos todos.
Nada nos detinha.
Éramos felizes porque éramos jovens
Ou éramos jovens porque éramos felizes?
Diminuía o passo,
Acelere o compasso.
O tempo passou...
Seguimos por caminhos diferentes
E hoje, faria qualquer sacrifício
Para de novo me vestir
De laranja, turquesa e galões,
E, assim, superar os obstáculos,
Vencer os desafios,
Digladiar contra os meus dragões.
Mas, quando face a face, me olho no espelho,
Só vejo vazio, cansaço, solidão.
Nem sombra da jovem destemida que fui.
Aonde foram parar meus sonhos?
Estarão adormecidos
Ou morreram com a minha juventude?
Abaixo os olhos, envergonhada de mim mesma
Por ter-me dado por vencida,
Pelos sonhos que não persegui.
Quando estou prestes a virar-me e,
Mais uma vez desistir,
Ouço uma voz ao longe:
Redescubra seu passo,
Invente um novo compasso,
Ainda é tempo de ser feliz!
(Autora: Kátia Corrêa De Carli)