Faz bastante tempo que não escrevo sobre livros... Não que os tenha abandonado, isso seria morrer em vida (que dramático! mas é verdade... não saberia viver sem meus livros), mas tem tido tanto assunto que os pobrezinhos acabam ficado para depois.
Porém, aconteceu um fato e esse merece ser relatado.
Nos idos da década de 70 eu li um livro "Amor é só uma palavra", do J. M. Simmel. Deste livro guardei as melhores lembranças. Exemplo de amor incondicional, impossível, de entrega absoluta. Ficou esses anos todos na estante e na minha lembrança.
Há tempos, também, que li um livro de poemas do Affonso Romano de Sant'Anna e dele me esqueci... são tantos livros, tantos poemas...
Daí num dia chuvoso, como hoje, busquei na estante o tal "Amor etc...", queria tanto sentir novamente aquela dor no peito, reviver aquele amor impossível... Impossível! O livro mudou! Ou mudei eu! Ainda estou em torpor. O livro é horrível... não merece nem mais uma linha.
Entretanto, um dia, em viagem, a caminho do hotel, numa estação de metrô, comprei um pocket daqueles que se compra em "geladeira de livro", do Affonso Romano de Sant'Anna. "Tempo de Delicadeza" - comprei pelo título, já que se é tão difícil hoje em dia encontrar delicadeza... pensei que fossem poemas (uma vez que só pode ver a capa e brasileiro gosta mesmo é de tocar, manusear), eram crônicas. Da melhor qualidade!
Romano passeia do Amor ao Capitalismo. Dos caminhos que não tomou à Filosofia. Da Paixão à Pedagogia. Com uma leveza e encanto que prenderam-me até a última letra.
Livrinho pequeno, de geladeira... vale mil vezes mais que aquele outro que de tão grande serve até para segurar porta!
Romano passeia do Amor ao Capitalismo. Dos caminhos que não tomou à Filosofia. Da Paixão à Pedagogia. Com uma leveza e encanto que prenderam-me até a última letra.
Livrinho pequeno, de geladeira... vale mil vezes mais que aquele outro que de tão grande serve até para segurar porta!
Lição: Existe livro que é para se ler uma vez só e guardar na memória a lembrança de um tempo. Reler é despedaçar o encanto.
7 comentários:
Assim como alguns amores que se relidos só servem pra segurar porta, junto com o livrão.
=]
Que bonito, Carli.
Eu também não faço questão de reler "Meu pé de laranja lima"... Sei que vou quebrar todo o encanto se ler de novo.
Prefiro o tempo que ele me foi.
Abraços bons...
Germano
Aparece...
Vc está em muito boa companhia com esses livros. Vá ao meu blog, há novidades.
wwwrenatacordeiro.blogspot.com/
não há ponto depois de www
Um beijo,
Renata
antes de mais, muito obrigado pelo comentário no meu blog.
gosto muito de ler e não consigo estar sem ler ou escrever durante muito tempo, por isso considero que a literatura é uma paixão para mim. E como em todas as paixões, existem tristezas, zangas e reconciliações. Só existindo isto se pode falar em paixão. Por isso concordo e gostei muito da frase inicial.
beijo
Ei Kátia,
confesso que seu texto me serviu como incentivo para escrever um pequenino texto sobre a gostosa sensação que tenho ao fazer uma releitura de Agua Viva. É um ler, agora, com outros olhos, com outro encantamento.
Beijos
"...como a onda que rasga todo o mar, me rasguei de tudo o que vivi; e no mais íntimo momento de mim, encontrei todo o amor, dele vem o saber..."
Kátia!
Reli Marck Twain, um dos que me iniciaram no gosto pela leitura... que também havia lido nos anos 70 e gostei, confesso não lembrava mais nada...
Beijos!
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